sábado, 26 de setembro de 2015
Paó:
O paó na língua Yorubá quer diz (bater palmas). Nos ritos do Candomblé é indispensável o Paó no início e término ou em seu encerramento. Assim como a palavra, o som emanado das palmas batidas dos punhos, a baqueta percutindo no couro dos atabaques, a vareta batendo no corpo do agogo, o pêndulo batendo no interior do àdjá são condutores do poder do àse. O ato de bater Paó não é uma submissão e sim uma interação, comunicação, harmonia e integração com as energias. Os três primeiras sons rítmicos representam o Orixá interior (àrá), Orixá do assentamento (àiyé) e o Orixá da natureza (òrun); seguido por seis sons curtos, num total de nove, fazendo alusão aos nove Orun (mensan orun). Òrun Rere. Espaço reservado para aqueles que foram bons durante a vida. Òrun Alàáfià. Espaço de paz e tranquilidade. Òrun Funfun. Òrun do branco e da pureza. Òrun Bàbá Eni. Òrun do pai das pessoas. Òrun Aféfé. Espaço da aragem. Òrun Ìsàlú ou Àsàlú. Local de julgamentos. Òrun Àpáàdì. Reservado para casos de impossíveis de reparações. Òrun Burúkú. Espaço ruim, reservado para as pessoas más. Orun Mare. Espaço para aqueles que permanecem, tem autoridade absoluta sobre tudo o que há no céu e na terra e são incomparáveis e absolutamente perfeitos, os supremos em qualidades e feitos, reservado à Olodumare, Olorun e todos os Orixás e divinizados. O Paó é a essência da vida, também a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência. O ciclo vital, que não muda com o transcorrer da eternidade. O ato de bater Paó é a garantia que a infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde que saibamos reverencia-la e louva-la.
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