sábado, 31 de dezembro de 2011

YÁ MÝ OSHORONGÁ.


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DARAZAN


As YÁ MÝ OSHORONGÁ são as nossas mães primeiras raízes primordiais da estirpe humana , são feiticeiras , são velhas mães feiticeiras as nossas mães ancestrais.
As Yá Mý são o principio de tudo do bem e do mal .
São vida e morte ao mesmo tempo , são feiticeiras são as temidas AJÉS , quer dizer : mulheres impiedosas.
As shorongá já viveram tudo que se tem pra viver!
As yá mý conhece as formulas de manipulação da vida para o bem e para o mal.No começo e no fim.
Não se escapa ileso do ódio de yá mý oshorongá , o poder de seu feitiço é grande e terrível.
Tão destruidor quanto é construtor , a força poderosa do seu asé.
Um dia as yá mý vieram para terra , e foram morar nas arvores .
As yá fizeram sua primeira moradia na arvore de orobô se as feiticeiras estiverem na arvore de orobô e pensam em alguém , esta alguém terá felicidade , será justo e vivera muitos anos na terra.
As yá fizeram sua segunda morada na copa da arvore chamada Araticuna-da-areia .
Se elas estão na copa desta arvore e pensa em alguém tudo aquilo de que a pessoa gosta será destruído.
As yá fizeram sua terceira morada nos galhos do Baobá e pensa em alguém tudo que é de agrado desta pessoa será conferido.
As yá fizeram sua quarta parada no pé de Iroko a gameleira branca , e se elas estão no pé de Iroko e pensa em alguém esta pessoa sofrerá um acidente e não terá como escapar.
As yá fizeram sua quinta parada no pé de A paoká e se ela esta no pé de apaoká e pensa em alguém rapidamente esta pessoa será morta.
As yá fizeram sua sexta parada no pé de cajazeira e se ela esta no pé de cajazeira pensa em alguém tudo que ela quiser poderá fazer , pode trazer a felicidade ou a infelicidade.
As yá fizeram sua sétima parada no pé de figueira e se ela estiver no pede figueira e alguém lhe suplica o perdão essa pessoa será perdoada por elas .
Mas todas as coisas que as yá quiserem fazer se elas estiverem na copa da cajazeira elas o farão , porque na cajazeira é onde as yá conseguem seu poder , lá é sua principal casa, onde adquirem seu grande poder.
Podem mesmo ir rapidamente ao alem , se quiserem , quando estão nos galhos da cajazeira porque é dessa arvore que vem o poder delas e não é qualquer pessoa que pode manter-se em cima da cajazeira.


DARAZAN 2


As yá vieram para terra eram 200 e uma cada qual tinha o seu pássaro .
Eram as mulheres pássaros , donas do EIÉ , eram as mulheres ELEIÉ .
Quando chegaram foram direto para cidade de Ota e os sacerdotes mandaram preparar um cabaça para cada uma .
Elas escolheram sua Yalode [sacerdotisa] .
Foi a sacerdotisa que deu a cada eleié uma cabaça para guardar seu pássaro então cada yá mý partiu para sua casa com seu pássaro fechado na cabaça , e lá cada uma guardou secretamente sua cabaça até o momento de enviar o pássaro para sua missão quando elas abrem suas cabaças o pássaro vai , seja onde for , aos quatro cantos do mundo ele vai executar sua missão .
Se é para matar ele mata .
Se é para trazer o intestino de alguém , ele espreita a pessoa marcada para abrir seu ventre e colher seu intestino .
Se é para impedir uma gravidez ele retira o feto do ventre da mãe .
Ele faz o que lhe for ordenado e volta para sua cabaça .
O pássaro é capaz de carregar um chicote , carregar um cacete , tornar-se alma dum outro mundo , e até mesmo ter um aspecto de um vodun tudo para aterrorizar a pessoa a qual foi enviada.
Assim são as YÁ MÝ OSHORONGÁ.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

QUANDO ÀSÉ NÃO É AXÉ


Em uma conversa descontraída com um amigo iorubá de Ijebu-Ode, mostrei a ele um jornal
voltado para o segmento da religião dos Orixás. Ele começou a folhear e de repente parou numa página que trazia a propaganda de uma casa de candomblé e começou a rir disfarçadamente.
Ao olhar a página, verifiquei que estava escrito em letras grandes a seguinte frase: Ilé Àsé
Sàngó. Sem me dar conta, perguntei qual era o motivo do riso, e ele, esforçando-se por falar, entre risos, disse-me que ali estava escrito, mais ou menos isto: “Casa da Menstruação de Xango”, e explicou: - – “àsé́ não é àse, é menstruação”.

Posteriormente consultei os dicionários de iorubá, e verifiquei que ele tinha razão.
Devido a nossa falta de hábito com a ortografia e gramática da língua iorubá, nós, falantes
nativos de português, cometemos muitos erros quando tentamos escrevê-la corretamente, e na maioria das vezes não damos importância a detalhes que, para nós são insignificantes, mas que aos olhos de um iorubá nativo, o que escrevemos não faz sentido. Antes de entrar no tema proposto, vamos relembrar alguns aspectos básicos do idioma:

O iorubá é tonal e os tons são:
( à ) tom descendente
( á ) tom ascendente
( a ) tom médio
( àá ) = ( ã ) tom duplo

Vogais:
A E E I O O U
Fonética em português:
A Ê É I Ô Ó U
Consoantes
B D F G GB H J K L M N P R S ṣ T W Y

A letra S que em português tem o som de X ou CH.
Assim, uma alteração no tom da palavra, tanto falada quanto escrita, altera completamente o significado, e neste estudo vamos usar como exemplo a palavra “axé”, devido às diversas formas que ela aparece escrita nos jornais distribuídos nas lojas de artigos religiosos, como também na internet.Para elucidar a questão, vamos transcrever dos dicionários de iorubá que dispomos não apenas a palavra àse, mas também todas as palavras correlatas que podem induzir-nos ao erro. Poderão verificar que muitas palavras são realmente parecidas, motivo pelo qual devemos ficar atentos aos tons, que justamente são eles que fazem a diferença do sentido.

A Dictionary of the Yoruba Language, CMS, Ibadan, Oxford University Press, 1977 [1913]
- Àse: festa, entertenimento.
- Ase: um tipo de animal como o esquilo.
- Asé: coador.
- Ãsè: porta larga.
- Àsé: menstruação.
- Àse: lei, ordem, instrução, comando.
- Ãse: amém.

Dictionary of Modern Yoruba, R. C. Abraham, London, Hodder and Stoughton, 1981 [1946]

- Àsè: ato de estar cozinhando.
- Àsé: bloquear, represar.
- Àsé: prefixo usado na composição de palavras.
- Asé: coador.
- Àsé: (expressão) to fora!
- Àse: prefixo usado na composição de palavras.
- Ase: idem
- Àse: uma ordem, um comando, um poder.
- Àsé: prefixo usado na composição de palavras.
- Àsé: mestruação.
- Asé: prefixo usado em composição de palavras.
- Àsé: mestruação.
- Asé: prefixo usado em composição de palavras.
- Ásé: tipo de pássaro (Macrodipteryx Longipennis)
- Ààsè: porta larga

sendo assim o melhor seria q na dúvida usassemos o bom e velho axé.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

VODUNS DO JEJE

 AZIRI TOBOSSI E AZIRI TOLÁ


Aziri Togbosi, Azli Togbosi ou Aziri Tobôssi (onde Tògbosì: Tò – água; gbo – grande quantidade; sì – esposa, senhora) é a maior e mais importante mãe das águas do Jeje Mahi, é uma divindade ligada às águas profundas, sejam elas doces ou salgadas, e tem estreitas ligações com a mãe nagô Yemanjá. Veste branco e adorna o pescoço com pérolas, considerada como a mãe de muitos Voduns, a ela é consagrada uma Obrigação todo ano no Hunkpame Ayiono Huntoloji da saudosa e reverenciada Gaiaku Luiza de Oyá, assim como no Sejá Hunde e aqui em nosso terreiro.
Naê Aziri, Aziri Tolá ou Azli é uma mãe das águas correspondente a Òsún, ligada às águas doces e considerada uma mãe velha.
Seguindo a variação podemos encontrar diferentes variações do nome como Aziri Kaia ou Togbosi Kaia (nome como Aziri Tobôssi é conhecida no Jeje Savalu), mas lembramo-nos que no Jeje não existem qualidades de Voduns, assim sendo, cada nome designa apenas um vodun ou é variação de um mesmo nome. Assim Aziri Tobôssi e Aziri Tolá são as correspondentes, respectivamente, de Yemanjá e Osun.
Ainda quanto a Aziri Tobossi, ela pode ser tanto de água doce como salgada dependendo do seu Hún in (nome particular do Vodun)

Vodun nagô Ogun – Gú


Gu é a denominação fon do vodun senhor da guerra, da metalurgia, da cirurgia e das escarificações, que tem origem de culto do orixá yorubá Ogun. O culto de Gu foi introduzido no atual sul do Benin no final do século XVII por ferreiros e cirurgiões iorubás, e se tornou bastante popular, sendo cultuado nos templos e conventos de praticamente todos os demais voduns, além de ter os seus próprios. O emblema principal de Gu é o gubassá, que é uma adaga metálica adornada com desenhos místicos, utilizada em diversos rituais, incluindo o culto de Fá, para abrir caminho para o mundo dos espíritos. O gubassá é também conhecido e utilizado no vodu haitiano. Em segundo plano fica o gudaglô, menor que o gubassá e que Gu utiliza para defender seus filhos dos inimigos. Na iconografia fon, o vodun Gu é representado portando estes dois sabres, o gubassá na mão direita e o gudaglô na mão esquerda.
Gu é o Vodum do ferro e da guerra, que dá ao homem a sua tecnologia. Ele não aceita a cumplicidade com o mal, por isso é capaz de destruir todos os culpados por atos infames e criminosos.Esta personalidade de Gu é expressa pelos Fons como “da Gu do”(Gu castiga,Gu mata).
A ferramenta divina em forma de espada. É a divindade do ferro, da guerra e das cirurgias. Representa uma das principais forças de auxilio ao homem – ele é a própria força. Não é o ferro em si, mas sua propriedade de cortar.


Vodun Ewá, a senhora da pureza


Ewá é um vodum feminino da família de Sakpata. Filha de Aido Wedo e Dambala, irmã de Boçalabê nasceu para ser o símbolo da pureza e da beleza dos deuses. Do nascimento a fase adulta Yewa viveu na família de Dan onde representava a faixa branca do arco-íris onde também mora Ojiku. Recebeu de Aido Wedo o poder da vidência, da riqueza, e todos os corais que existiam no mar que ela pegava com seu arpão.
A beleza física de Ewá encantava a todos que olhassem em seus olhos, mas essa nunca se encantava com ninguém pois era o símbolo da virgindade e da pureza. Muitos homens se apaixonaram por ela e todos foram punidos pelos deuses pois sabiam que era proibido amar a grande Virgem.
Ewá adorava ver o por do sol e sempre saía a passear pelos campos floridos acompanhada por dois bravos guardiões que não permitiam que ninguém se aproximasse dela. Era um casal de gansos branco, lindos e majestosos. Certo dia, estava Ewá a apreciar o por do sol, quando uma galinha, se aproveitando da distração dos gansos, aproximou-se e ciscou muita terra sobre as vestes brancas de Ewá, essa se enfureceu e amaldiçoou a galinha e daí para frente nunca mais quis ver uma em sua frente como também resolveu mudar suas roupas para as cores do por do sol.
Certo dia, Yewa avistou um belo homem, um guerreiro e se encantou por ele.
Ewá enfrentou e desafiou todos os deuses por amor a esse homem e teve como castigo o exílio. Foi expulsa da família de Dan e considerada a cobra má. Durante seu exílio, Ewá teve que fugir e esconder-se da fúrias dos deuses.
Em sua primeira fuga, Ewá contou com a ajuda de um grande caçador e guerreiro, Odé, que a escondeu nas profundeza das matas escuras, em terras yorubanas.
Vendo-se em um lugar sombrio e sem recursos de sobrevivência a sua disposição, Ewá aceitou um ofá que Odé ofereceu-lhe. Aprendeu a caçar junto com ele e com os demais caçadores.
A beleza de Ewá encantava e perturbava Odé e aos demais que viviam nas matas, pois eles sabiam que não podiam se apaixonar por ela, temiam a fúrias dos deuses. Odé então, fez para Ewá uma coroa de dans e folhas de palmeiras desfiadas. Mandou que ela a coloca-se, assim ninguém se aproximaria dela com medo das dans e as folhas desfiadas da palmeira esconderiam sua beleza contagiante. Ewá gostou do presente pois viu nesse, a possibilidade de esconder-se dos deuses e livrar-se de sua fúria.
Com o uso dessa coroa Ewá pode sair da escuridão das matas e ir apreciar o que mais ela amava e representava … o por do sol. Faltava-lhe seus guardiões, pediu ajuda a Odé e esse caçou para ela um casal de gansos negros, pois foram os únicos que encontrara. E assim, Yewa passou a ver e a viver o por do sol novamente em seu exílio.
Passado um tempo, Azansu foi aos deuses pedir por sua amada Ewá que já tinha sido por demais castigada. Depois de muitos pedidos e oferendas aos deuses, esses concederam a Azansu a guarda de Ewá que deveria morar com ele. Azansu embrenhou-se nas matas a procura de sua querida e a encontrou junto a Odé.
Como agradecimento por tudo que fez por Ewá, Azansu deu a Odé um par de chifres e o poder de chamá-lo e aos espíritos da caça quando assim precisasse.
Ewá foi morar no reino dos mortos junto com Azansu e com esse passou a exigir o cumprimento da moral e dos bons costumes. Em sua nova morada Ewá recebeu o caracolo/aracolê onde guarda os segredos dos ancestrais e os invoca quando é necessário, e o eruxim com o qual espanta os Akututos (eguns) para o caminho de Oyá. Sempre que possível, Ewá engana Iku (a morte) e salva uma vida.
Ewá é um Vodum raríssimo de ser encontrado na cabeça de alguém. A feitura de Ewá deve ser sempre em cabeças de virgens e nunca em homens.
Por ter o poder da vidência, Ewá tem o poder de nos livrar do “olho grande” e das invejas. Quem sabe cuidar desse Vodum, se livra facilmente dos invejosos.
Encontramos Ewá tanto nas águas quanto nas matas e mundos subterrâneos (aquático e terrestre), mas seu local preferido é sempre o horizonte, onde o por do sol faz o encontro dos dois mundos e o céu se encontra com a terra, “Isso é Ewá” dizem os antigos.
Ojiku ou Dan Jikun é um Vodum Dan que sempre é muito confundido com Yewa, assim como Boçalabê que é sua irmã. Ojiku é considerado a Cobra branca e Boçalabê é uma Vodum das água doces, muito confundida com Oxum.
Para muitos Ewá é também representada pela figura de uma serpente
CategoriasSakpata

Azansu, o senhor da terra


Divindade Jeje também conhecido como Sakpatá. De dupla etnia viveu com os Nagôs (Yorubá) onde é conhecido como Sapanná, e recebe os títulos de Obaluaiye ou Omolu. Azansú foi o responsável por trazer algumas divindades Yorubás para a Tradição Mahi. É o vodun Rei da Terra (Ayinon) senhor das doenças, da vida e da morte, é o chefe da familia Sakpata. Azansu significa “homem da esteira” onde “azan=esteira” e “su=homem”, mas pode significar também “homem de palha”.
Seu domínio sobre o mundo dos mortos é íntegro, sendo ele o senhor do desencarne. É o deus da humildade, regendo todos os desprovidos de riqueza porém ricos de espírito. Seu poder é muito presente na sociedade e dentro do candomblé muitos são seus mistérios e mitos. Para os mais antigos, pronunciar seu nome sem tocar o chão é um sinal de desrespeito, podendo causar a fúria dessa divindade. Dentro das casas de Jeje, os vòdúns da família Sakpata são responsáveis pela doutrina e por toda a organização do ásé. São eles que normalmente cobram o neófito caso aja de forma incoerente as regras.
Sua mãe é Nanã Buruku, que o abandonou logo após o nascimento, tendo sido encontrado e criado por Yemanjá. Azansu está ligado a Ewá, sua companheira. É irmão de Bessém e Loko, e também  de Agué.
Ayinon significa “dono da terra” e é o nome pelo qual este vodum é reverenciado.
CategoriasSakpata

Dan



Dans são os símbolos da continuidade. Simbolizam também a força vital, o movimento, tudo o que é prolongado. Sustenta a Terra e impede que se desintegre ou saia de órbita. Vivem no arco-íris. Nos arcos-íris da lua e do sol também encontramos Voduns Dan. Dan seve de protetor e auxiliar a outros voduns, em especial a Hevioso. No Brasil encontramos cerca de 40 Voduns Dans, na África encontramos muito mais que isso. Essa família é muito grande. O Dangbê é a serpente sagrada que representa o espírito de Vodum Dan. Dan é um Vodum muito exigente em seus preceitos, muito orgulhoso e teimoso. Quando tratado corretamente, dá tudo aos seus filhos e a casa de santo, mas se tratado de maneira errada ou se for esquecido castiga severamente. Vodum Dan é muito fiel a casa e a mãe/pai de santo que o fez. Dan tanto pode ser um Vodum masculino quanto pode ser um Vodum feminino, porém para tratá-lo, fazê-lo ou assentá-lo temos que cuidar sempre do casal. Como dizem os antigos “cobra não anda sozinha, seu parceiro está sempre por perto”. Ao se iniciar um filho de Dan, preceitos são feitos para que esse Vodum venha sempre em forma humana e nunca em forma de serpente, pois entendemos que na forma humana ele é menos perigoso e entende melhor os homens, podendo assim atender suas necessidades e suprí-las. Na forma de serpente torna-se muito perigoso. De modo geral os filhos de Dan são muito chegados a doenças, principalmente de olhos. São pessoas vaidosas, ambiciosas, “perigosas”, espertas e inteligentes. São muito dedicados ao santo e dificilmente saem da casa onde foram feitos. Vestem branco em sua grande maioria. Alguns usam cor verde bem clarinho, prateado, ou tecido liso com o arco-íris estampado. Seus fios de conta variam de acordo com cada Vodum, não existe um modelo padrão. A cor representativa da maioria dos Dans é o verde e o amarelo. Sua louvação principal é: Aho bo boy = “Salve o rei cobra” ( Hho = rei, bo boy = Dans, serpentes, cobras). Os símbolos de Dan são: o arco-íris, a serpente pithon, o traken ou draka, patokwe, o dahun, a takara. E o assôm. Seu principal atinsá dentro de uma casa de Santo é denominado Dan-gbi, que é onde o arco-íris se encontra com a terra (“panela lendária do tesouro!”). Dan usa muitos brajás feitos de búzios. As aigri (escrementos de Dan) são importantíssimas em seus assentamentos e atinsás. No Brasil as Voduncis iniciadas para Dan recebem o cargo ilustre de Megitó (Nação Jeje-mahi).
Dambala e Aido Wedo (Dàngbála e Áidòwèdó)


Para alguns é uma unica divindade andrógina (Dambala é macho, Aido Wedo é femea, imagem de Dambala refletida na agua formando o arco-iris), sendo Dambala representado pela serpente e Aido Wedo pelo arco-íris, são muito importantes no Vodu Haitiano. Dambala e Aido Wedo foram quem auxiliou Nanã Buruku na tarefa de criar o mundo (mito do povo Fon): segundo a narração Dambala levava Nanã nas costas enquanto ela criava a terra, a flora, os minerais e os animais, depois ele deu uma volta ao redor da Terra fazendo ela girar.
Bessém (Gbèsén)


Rei das tradições Maxi no Brasil, vodun da fecundidade e da vida, seu assento (assen) é o Dangbe, moticulo de barro com uma panela de barro em cima ornamento com cacos de louça de cor branca. Vodun adorado pelos Maxí como seu Ako vodun (Vodun Principal). Representado pela Piton sagrada.
OUTROS
-Frekwen: Feminina, guardiã do arco-íris em volta do sol. Também conhecida como Frekenda. Representada pelas cobras venenosas.
-Bosalabe: Toquem feminina, irmã gêmea de Bosuko e irmã de Yewá. Muito alegre e faceira vive nas águas doces. É conhecida também como Vodum Bossá.
-Bosuko: Masculino, toquem e gêmeo de Bossá.
-Ojiku ou Dan Jikun: Junto com Yewá, vive na parte branca do arco-íris e no arco-íris da lua. É quem trás as chuvas e é uma das esposas de Bessém.
-Dan-Ko ou Dan Ikó: Ligada e confundida com Oxalá.
 

Kavionos (Badé, Acrolombé, Adeen, Averekete)

Badé 
Vodun jovem, guerreiro e brigão. Habita os vulcões e é um vodum ligado ao fogo, assim como Sògbò. suas cores variam entre vermelho, branco, amarelo e azul. Também está ligado ao céu e à chuva.
Adeen 
É ela quem faz escurecer os céus e envia os relâmpagos que fulminam. Sua saudação é: – Ahunevi anabahanlan! (não mate as pessoas). Só se manifesta quando o céu está escurecido. Adeen carrega um raio e suas cores representativas são o vermelho e branco além do rosa, roxo e azul. Está ligada as divindades da guerra e do vento, assim como a Oyá. Governa os rêlampagos.
Acrolombé 
Ataca os inimigos ou castiga o homem enviando granizo, e faz os rios transbordarem. É ele quem controla a temperatura do mundo. Quando está calmo e satisfeito, ajuda o homem dando-lhe bons movimentos financeiros. Racha as testas de suas vítimas.
Averekete 
É um vodum da ligação entre os voduns kavionos e os voduns aquáticos, filho de Sogbo com Naé Agbé (em outros mitos filho de Sogbo com Naeté).
CategoriasHevioso

Sògbò


Sogbò, considerado o rei coroado da Nação Jeje no Brasil, é o chefe do Panteão de Hevioso. Vodum justiceiro que governa os vulcões e o fogo. Sògbò é quem trás os demais voduns do trovão e é o pai de muitos deles. Suas cores são o vermelho e o branco. O dia da semana é a quarta-feira, dia em que se reverenciam os voduns kavionos. Seu símbolo é o sokpe, um machado simples de uma lâmina. Na Africa Sògbò também refere-se a um vodum feminino. muitos filhos de Sògbò se dizem filhos de Sángò, e também no Benin há sacerdotes que consideram que Sògbò é mesmo Xangô. É conhecido pelos mahis com a denominação de Sògbò Adan, ou seja: Corajoso Sògbò, diferenciando-o. Quando Sógbó  dança com seu sokpè, imita os ráios caindo sobre a terra, em ligeiras quebradas na dança. O que é exemplificado por esta toada muito conhecida nos candomblés de Jeje Mahi no Brasil:
“Sógbó Adan tá nu sá gba owè,
A cabeça do corajoso Sógbó vai até a coxa na quebra da dança,
Sógbó Adan tá nu sá gba o.
A cabeça do corajoso Sógbó vai até a coxa, na quebra.

Averekete, Logun Edé e Ajaunsi – diferenciação


Avlekete ou Averekete é um vodun ligado à pesca e a caça, erroneamente comparado ao orixá Logun Edé e a um outro vodun chamado Ajaunsi. Estas divindades são bem diferentes uma da outra, sendo sincretizados, talvez, pela característica de ambos serem ligados a caça e a pesca, mas a cosmogonia deles é bem diferente.

Logun Edé é um orixá de Ijexá filho de Oxun e Odé, ligado a caça e a pesca, um dos mais belos Orixás, pois assim também a beleza é uma característica de seus pais. Suas cores são o azul turquesa e o amarelo ouro e tem como símbolos a balança, o ofá, o abebè e o cavalo marinho.

Averekete nasceu da união do vodun Sogbo com Naeté (em outros mitos com Naé Agbé), tornando-se então um elo entre os voduns do céu (jí-voduns) e os voduns do oceano (tó-voduns). Desempenha a função de mensageiro entre estes voduns. É visto como um vodun jovem, com idade semelhante a de um adolescente. Vive na beira do mar e tem como símbolos o machado simples, o anzol e o punhal. Suas cores são o azul, o vermelho e o branco. Na Casa das Minas é usado o termo tóquen ( tóqüen ) ou toqueno (toqüeno) para designar Averekete e outros voduns jovens tidos como adolescentes.
No Jeje Mahi, Averekete pertence a família dos Voduns Kavionos (ou Hevioso), visto como o filho mais jovem de Sogbo.

Ajaunsi é um vodun masculino, pertencente ao panteão da terra e extremamente coligado ao universo das Naés (mães d’água). É um exímio caçador e pescador, e vive na beira dos rios acompanhando as Naés. Rege os animais que vivem tanto na terra quanto na água, tais como répteis, anfíbios e alguns pássaros. Divindade da juventude e da alegria, representa a inocência e a pureza, protegendo as pessoas durante a fase jovem. Responsável por todo o aprendizado das crianças, desde fala até mesmo o andar. Suas cores variam entre o azul, o verde e o amarelo.

Nagô-Vodun Oyá e Aveji Da

Oyá

Oyá, também conhecida como Iansã pelos candomblés de Ketu, é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Oyá é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.
Um Vodun Nagô para o Jeje Mahi, senhora da ventania e da tempestade. Vodun de Gaiaku Luiza, a grande sacerdotisa do Jeje Mahi. Oyá está ligada a outras mulheres guerreiras, voduns conhecidas como Aveji Da, ligadas aos ventos, furacões e aos Akututus (Eguns).
Aveji Da

São voduns femininos da família Hevioso ou Sakpata, cada uma com sua responsabilidade e regência.
As Aveji Da da família Hevioso são divindades relacionadas aos fenômenos da natureza tais como chuvas, tempestades, tufões e furacões. São guerreiras ou caçadoras, cujo poder é imenso e temperamento forte. São quentes e irriquietas, estando ligadas as alturas, nuvens e astros. Estão juntas com os Kavionos, julgando a humanidade e castigando quando se faz necessário. Tem certa importância sobre o processo financeiro da sociedade, dividindo com Sogbo o domínio do elemento fogo. Estão sempre dispostas a guerrear pelas casas onde são cultuadas, sendo de extrema importância na batalha contra queimações e inimigos ocultos ou assumidos.
A principal Aveji Da do panteão do trovão é Vodun Djó, divindade responsável por fertilizar e esfriar a terra através da chuva. Segundo os ítàns, vodun Djó teria o poder de se transformar em animal, assim como Oyá. Veste vermelho e usa adornos cobreados.
As Aveji Da do panteão da Sakpata seriam coligadas ao domínio dos mortos, possuindo todas ligações com os ancestrais, sejam masculinos ou femininos. Elas ficam juntos com os Sakpatás, ajudando a cuidar dos enfermos e dando auxilio no desencarne. Tem como principal função sondar o funcionamento das Casas e quando veem algo de errado cobrar, muito das vezes fechando-os.
A principal Avejidá da família Sakpata é Agbé Gèlèdè, senhora dos mortos e do culto aos Akututos (ègún). Agbé Gèlèdè teria o poder e a importância de Oyá Igbale dos cultos iorubás, sendo invocada em síhúns, ègbós e limpezas nas quais seja necessária sua presença. Representa o desencarne e a aceitação do espírito para com sua morte, sendo responsável pelo envio dos espíritos desencarnados para o òrún.
As Aveji Da são extremamente poderosas e independente da família com a qual é associada, possui grande importância para os kwês e adeptos do culto. Representam a liberdade, a batalha cotidiana e a força de vontade.
Podemos citar ainda Agbé Afefé ligada a alegria e a felicidade, também aos mortos, seu símbolo são as flores as quais ofertamos a nossos entes queridos, que representam toda felicidade que passaram em suas vidas. Agbé Huno, a Aveji Da guerreira e da tempestade.
CategoriasVoduns Guardiões

Legba


Légbà é um vòdún muito importante dentro do culto jeje, sendo responsável pela comunicação entre deuses e humanos e vice-versa.
Entre os fons do Benin (antigo Daomé) Légbà equivale a Exu dos Yorubas. Ele é representado por um montículo de terra em forma de homem acocorado, ornado com um falo ereto.
Esse falo ereto nada mais é do que a afirmação de seu caráter truculento, atrevido e sem-vergonha e de seu desejo de chocar o decoro.
Légbà é o caçula de Mawu e Lissá, que diferente dos demais Vòdúns do panteão Fòn, não possui um domínio fixo, ele está em todo lugar e em tudo, divindade do imprevisível, do inatribuível ele esta além do bem e do mal concebidos pela sociedade. Nele, o bem e o mal se entrelaçam. Na organização do Panteão Vòdún cada Vòdún tem um domínio Fixo herdado pelos criadores Mawu e Lissá, já Légbà não possui um domínio fixo, mas mesmo assim não perde sua importância no panteão, pois o que poderia parecer que o Vòdún Légbà é desprovido de um domínio, o torna o vòdún da mobilidade, sendo o único que tem acesso a todos os domínios, pois é o mensageiro da palavra de Máwú- Lísá, interlocutor entre os Vòdúns e o criador e interlocutor entre os vòdúns e os Homens, fazendo dele o personagem intermediário por excelência. Légbà tem o papel de guardião do patrimônio divino, que lhe foi atribuído por Máwú-Lísá, patrimônio esse que são os domínios que cada um dos vòdúns herdou de Mawu, portanto Légbà não herdou nenhum desses domínios mas sim a guarda de todos os domínios para que haja a mobilidade e não seja um universo de caráter imutável, portanto mesmo sendo Fá o vòdún da adivinhação, tudo depende de Légbà e o destino se torna manipulável através dele, nada poderá acontecer sem a intervenção do mesmo, de intérprete e mensageiro nenhuma comunicação entre os homens e Vòdúns e Vòdúns e Mawu pode acontecer sem a sua intermediação, ele da a mobilidade ao todo, nele esta a ordem e a desordem das coisas é o deus coletivo. Devido a esse seu poder quase que absoluto sobre a vida e a morte, sucesso e fracasso, riqueza e miséria, Légbà é o mais temido e respeitado do Panteão Fòn e o mais importante para o povo Fòn. Dizem que quando Mawu e Lissá enviaram seus filhos a Terra todos vieram, com excessão de Légbà que ficou acocorado aos pés de sua mãe. Com o passar do tempo todos esqueceram a língua de Mawu, menos Légbà que permaneceu junto a ela. Por isso somente ele pode levar nossa mensagem até ela.
Na África, os légbásì (nome dado aos iniciados para Légbà) vestem-se com uma saia de ráfia tingida de roxo e usam a tiracolo inúmeros colares de búzios. Debaixo da sua saia traz, disfarçado, um volumoso falo de madeira que levantam, de vez em quando, com mímicas eróticas.
Além disso, têm na mão uma espécie de espanta-moscas, roxo, semelhante a um espanador, no qual está escondido um bastão em forma de falo, que eles agitam, de maneira engraçada, na cara das pessoas presentes, particularmente sob o nariz dos turistas, pois os légbásì não deixam de observar seus sentimentos ambivalentes diante dessas exibições.
Os mais velhos dizem que é perigoso dizer o nome desse vòdún em vão. Normalmente, seu nome para ser dito é necessário tocar no solo em respeito ao seu poder. Seu principal ritual é chamado de Légbà lé lé que se compara ao ritual de ípádè dos yorubás porém, com muitos outros fundamentos e atos que os diferem. É cultuado após Áyízàn, que em alguns mitos é tido como sua esposa ou até mesmo, sua forma fêmea, possuindo muito em comum com essa divindade, principalmente no que se diz respeito aos oráculos. Seu dia da semana é a segunda-feira, sua cor o vermelho rajado de preto, seu elemento o fogo e também a terra e sua saudação Áhò gbò gbòy Légbà!!!
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Ayizan, a esteira da terra


Àyízàn, cujo nome significa “A esteira da terra” é um vòdún feminino dos mais importantes na cosmologia fòn . Ela é considerada a dona dos mercados e dos espaços públicos, onde as pessoas se encontram e interagem. Para alguns, ela é a primeira divindade a ser saudada. A ela também é atribuído o dom da palavra e da comunicação e desta forma está ligada à Légbà, a quem muitas vezes é associada como mãe ou esposa. Sua representação é um montículo de terra colocado no meio das praças de mercado coberto de muitas rodilhas de dèzàn (palmas ainda verdes e desfiadas de dendezeiro), onde os comerciantes fazem oferendas. Àyízàn também é cultuada nos Hùnkpàmè, onde é responsável pelos neófitos em processo de educação e aprendizado. O culto de Àyízàn é de origem hwedá e é forte sobretudo na região de Uidá, no Benin. No Vodoo haitiano o Loa àyízàn (também chamado de Gran Àyízàn) é considerado a senhora da pureza ritual e a Mambo, ou sumo-sacerdotisa iniciadora (como a íyálòrísá no candomblé) arquetípica, sendo homenageada em primeiro lugar nas cerimônias. Nas iniciações do vodou, a presença de Áyízàn é marcada pela rodilha de palma desfiada de dendezeiro(dèzàn), que os neófitos usam ao sobre a cabeça ao ingressarem na reclusão iniciática. No Vodou, e especialmente no Haiti, Àyízàn (ou Ayizan Velekete) é a loa do mercado e do comércio. Ela é uma raiz loa, associada com ritos de iniciação Vodoun (chamado kanzo).Ela é sincretizada com a Santa Clara Católica, ela não bebe nenhum álcool, e é a esposa de Papa Lòkò .
Dentro do convento é representada no período de reclusão do vòdúnsì através do Águídázàn, espécie de assentamento que deve ser alimentado com tudo o que o Vòdúnsì comer.
É cultuada antes de Légbà, sendo para os Fòn a senhora dos oráculos juntamente com o mesmo, assim como Èsú, respondendo por Fá ( vòdún coligado a Òrúnmíllá). Possui grande relações com os ancestrais (ègúngún e íyámí) e com suas sociedades e assim nos ritos de Jeje Mahi é a responsavel pela parte de louvação aos ancestrais da casa. Em sua homenagem os vòdúnsì’s dançam de joelhos na zàn (esteira). Considerada a patrona dos grandes mercados. É costume em todo Benin, quando nasce uma criança, levar a mesma ao mercado e lá fazer os mlenmlen (òríkís) e oferendas à Áyízàn, pois acreditam que esse ritual dará muito boa sorte à vida da criança. Esse procedimento também se dá aos casais de noivos. Os familiares das duas partes ser reúnem e vão juntos com os noivos ao mercado. Nos dois casos, tanto a criança quanto os noivos trazem para casa um pouco de terra e a coloca no solo de suas casas para que a fartura e a prosperidade façam sempre parte de suas vidas.Vòdún Áyízàn tem uma grande família e cada um dos membros reina em uma parte da terra, inclusive o mundo ctônico (subterrâneo) e abissal (subterrâneo aquático).
Sua saudação é Áhò gbò gbòy Àyízàn!
Ayizan no Jeje Mahi
Nas casas de Jeje Mahi, encontra-se assentada no portão casa, nos pés de uma palmeira de ráfia, Vodun Ayizan, que para esta modalidade é um vodun feminino ligada aos ancestrais e a terra, bem assim como a morte.

Vodun Sòhòkwè, nem Ogun, nem Exu



Sòhòkè (lê-se Soroquê) é um vòdun filho de Máwú e Lissá, cujo elemento principal é o fogo. Muitas são as dúvidas relacionadas a esse vodun. Devido a mistura de cultos, já explicada em outros tópicos, Sòhòkè passou a ser aglutinado na cultura yorubá, passando a ser confundido com um dos caminhos de Ògún. Segundo o mito yorubá, Ògún Sòhòkè (lê-se Xoroquê) é o Ògún que desceu as montanhas, sendo o senhor das trilhas e do fogo líquido onde, Xòrò deriva do termo yorubá Sòròrò ou Xòròrò que significa descer ou escorrer e, òkè significa montanha). Segundo os mais velhos é um Ògún muito arredio, sendo muito coligado ao seu irmão Èsú e tendo todas oferendas e fundamentações com o mesmo. Dizem ainda que essa “qualidade” de Ògún tem muito fundamento com ègún, sendo ele responsável por todos aqueles que desencarnam em acidentes na estrada ou linha férrea. Em outras casas, Sòròkè deixou de ser uma qualidade de Ògún e passou a ser um Èsú , com as mesmas características do Ògún Sòròkè porém, sendo fundamentado como qualidade de Èsú e passando a ser cultuado como o mesmo.
Mas para nós de jeje Sòhòkè não é nem Èsú nem Ògún e, sim um vòdún independente, com culto próprio e de características próprias que acabou por ser fundido a cultura desses dois òrísás por ter coisas em comum. Isso ocorreu também com outras divindades como Agbé, Aboto, Azansu, Sogbo, Intoto e outos mais que acabaram aglutinados a cultura de outras deidades africanas, talvez por falta de estudos ou fundamentos. Sòhòkè é o guardião das casas de jeje, onde Sòhò(lê-se sorrô) significa guardião e kwè(lê-se Qüê) significa casa. Seu assentamento é fixado ao chão, cravado na terra, ao lado do assentamento do vodun Légbà, vodun Ayizan e do vodun Gú (Ogun). Sòhòkè não é iniciado na cabeça de nenhum adepto pois o mesmo não incorpora. É iniciado apenas na cabeça de ogans e ekedis e possui a função de manter a ordem dentro das casas de jeje, punindo e cobrando quem as derrespeita. Sòhòkè é o caminho formado pela lava após ser expelida do vulcão, possuindo muito fundamento com Badé, Sògbò e outros voduns que moram nos vulcões e que estão ligados ao fogo e também com Oyá. Sua cor é o Azul escuro e o vermelho, seu dia da semana a segunda-feira e sua saudação Aho bo boy Sòhòkè!!!
geralmente quando aparece um filho rodante com arquétipo de Sòhòkè geralmente é iniciado para Ogun.

 VODUN KPÓSÚ - POSSÚ



Este Deus, pode até ser cultuado em outras nações, vai da fé e do coração de cada um! mas!!! só pode ser feito na nação Jêje por ser um vodun, seu nome significa Homem Pantera, é um vodun muito sério e complicado de ser cultuado, porém lindo, tem ligações tanto com a terra e com a família Dan e Sakpatá, como com o fogo e o ar e a família de Hevioso, tambem tem ligação com o vodun Loko e Vodun Azanadô, Possú é o vodun patriarca do Axé Pó Zerren "Kpó Zehen" pois o ex escravo que fundou o primeiro axé foi batizado pelos portugueses com o nome de Manoel Ventura que era iniciado deste vodun. Possú aprecia a cor negra, gosta de usar o Laguidibá e o Brajá como colares, carrega em suas mãos a serpente negra, que é a mais venenosa de todas as Dans, suas cores são o preto rajado de branco ou ainda o terracota rajado de verde e amarelo ou preto, usa garras e máscara lembrando uma pantera que é seu animal... Ahoboboi Kpò! Arrungelô Possú!!!

VODUN LOKO


Trata-se de um vodun muito importante na nação Jêje, é muito sério, repepresenta tambem o orixá Irôko dos Ketús e o nkise Ktenbo dos Angola, sua árvore é de tão grande importancia quanto a árvore do vodun Azanadô, Loko tem forte ligação com Azansú, Agué, Besén, Possú e Sogbô, tambem ligação com todos os orixás funfun e com os ancestres, Loko é o verdadeiro dono do Rungebe, suas missangas são de cor laranja rajado de preto, abóbora rajado de preto, em alguns axés são o verde musgo rajado de marrom ou ainda o branco com cinza grafite, usa o laguidbá e dois brajás cruzados no peito...
VODUN AZANADÔ


"A árvore sagrada da nação Jêje"...
Trata-se de um vodun muito importante para nós Jêjes, o dono do Gboitá, Obará de Jêje, só recebe frutas, doces e comidas secas, nada de ejé, até pelo fato dele não ser feito no Ori de ninguem, esse vodun tem grande ligação Azansú, Agué, Besén, Loko e Possú, alguns antigos dizem que ele é um Besén, dizem que é um Azansú, outros ja dizem que ele é um vodun único e destinto, em sua volta a seus pés mora Adangbé, a serpente sagrada que morde a própria calda representando o ciclo da vida, é feito um grande preparo para o plantio desta árvore dentro do Kwê, só poderá ser plantada por um vodun da família DAN como Besén, Frekwen, Yewá e etc... Em uma parte do ato da confecção do verdadeiro Rungebe tambem passa por Azanadô, este vodun Gosta de Brajás e laguidbás. Sua festa é realizada no dia 06 de Janeiro ou juntamente com o Olubajé, suas cores são o verde rajado de amarelo... 
 


Azaka ou Zaká, é um vodun masculino, raro e antigo, guardião dos juramentos e segredos, pertence a familia de Sakpatá rei de Savalú. Considerado o Vodun da agricultura. Vive nas partes mais escuras das florestas de Savalú, aceita suas oferendas em grutas mais escondidas, pois gosta de silêncio, usa lança e cabaça, caçador de extrema habilidade e conhecimento das florest
 
vodun otolú (vodun da caça )


Otolu é um dos Voduns ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo “de fora”, a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça.

Otolu representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Gu a transformação deste conhecimento em técnica. Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Otolu para os mais diversas facetas da vida, pelas características de expansão e fartura desse Vodun, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Há uma grande semelhança com o Oxossi dos Yorubas.
as de Savalú. Tem o título de Zuncotole (Guardião da floresta) preparou Azönwany para sucede-lo. Azaká na floresta era chamado pelos inimig
 
vodun agassu
Herói mítico fundador da linhagem dos kpòvĭ (filhos do leopardo). Teria sido gerado pela princesa Alìgbonon, filha do rei da cidade Adjá de Tadô ou Sadô, às margens do Rio Mono, no atual Togo, depois de um encontro com um leopardo. Seu nome significa "bastardo". Malgrado esse apelido aparentemente injurioso, seus descendentes fundaram os reinos de Aladá, Porto Novo e Abomei no atual Benin, constituindo-se nas bases institucionais fundamentais dos fon.

Agassu é cultuado como vodun nas três cidades governadas por seus descendentes, mas seu culto mais importante esta é Abomei onde seu sumo-sacerdote, o Agassunon, possui o papel de chefe de cultos dentro na cidade. Seu emblema é o leopardo, cuja pele faz parte das insígnias tanto de rei como do Agassunon, e seus iniciados são chamados de Hogbonutó (nativos de Hogbonu [Porto Novo]) pois atribui-se a esta cidade o local do aparecimento culto de Agassu como vodun. Ele é, ao mesmo tempo um atinmé-vodun e um hunvé, ou seja, um vodun "vermelho".
os e admiradores de "Hùndevalú" título dado aos grandes ancestrais Caçadores-Guerreiros da antiga dinastia de Savalú. Suas cores são o azul claro, branco, preto e vermelho. Sua saudação é BISALO (bi-saló), cuja resposta é “Lo (ló)”. Suas ervas são as mesmas de Sakpata, Azaká também desempenha um grande papel na verdadeira iniciação de um Vodunsi Jêje pelo fato de todo o processo de iniciação ser consagrado a ele através de preceitos e juramentos de feitura, tem ligação com Intôto e a mãe das 09 Dans 
 
 
 
 

CARGOS NO JEJE

Vodunnon: Sacerdote do culto ao Vodun.
Toy Vodunnon: Sacerdote dos cultos de Mina Jeje (Tambor de Mina)
Nochê: Sacerdotisa dos cultos de Mina Jeje (Tambor de Mina)
Hundeva (rundêvá) – sacerdote responsável pelas cerimônias de nahunos (iniciação).
Grafa-se: Hùndévà.
Bakonnon:  Sacerdote de Fá, adivinhador.
Hùngbónò: Sacerdote do culto ao Vodun, preferencialmente aquele cujo Vodun é um Nagô. Pode designar o filho mais velho de uma casa de santo, neste caso segue o feminino Hùngbòna.
Gaiaku: Título sacerdotal, designa a pessoa cujo Vodun é um Nagô e/ou que tenha iniciado pelo menos um filho para um Vodun Nagô. No Sejá Hundê é o título de todas as sacerdotisas.
Doné: Título dado às sacerdotisas cujo Vodun pertence à familia de Hevioso e/ou que tenha iniciado pelo menos um filho para um Vodun desta família. No Bogun é o título de todas as sacerdotisas. Grafa-se: Donὲ, em fongbé.
Doté: Título dado aos sacerdotes cujo Vodun pertence à familia de Hevioso e/ou que tenha iniciado pelo menos um filho para um Vodun desta família. Grafa-se: Dotὲ, em fongbé.
Megitó: Título sacerdotal, designa a pessoa cujo Vodun pertence à família de Dan e/ou que tenha iniciado pelo menos um filho para um Vodun desta família. Alguns definem que todo(a) sacerdote(a) que tenha iniciado filhos pode ser denominado Megitó. Grafa-se: Mεjitɔ́, em fongbé.
Obs: Uma mesma pessoa pode usar os vários títulos, por exemplo, um mesmo sacerdote será Doté para seus filhos iniciados para Hevioso e Megitó para seus filhos iniciados para Dan, embora prevaleça o título cabível para seu Vodun.
Rodantes:
Vodunsi: filha ou filho de santo que vira com o Vodun, corresponde a Iyawô do Ketu.
Etemi: significa “meu mais velho”, é a vodunsi que completou 7 anos de feitura, o mesmo que egbomi no Ketu.
Hunsó (runsó): mãe pequena. Grafa-se: Hùnsɔ̀. (pronuncia: Runsó)
Se grafarmos Hùnsò (pronuncia: Runsô) Teremos a tradução: Hùn = Vodún + Sò = Raio. Ou seja, diríamos Vodún do Raio. Um adjetivo para o vodún Sògbò.
Dehe (deré): vodunsi responsável por todos os atins mágicos usados nos rituais. Grafa-se: Dεlὲ. (pronuncia: Deré) * No Fongbé a letra “L” tem som de “R”.
Dehe-vitu (deré vitu): cargo que substitui a mãe-pequena. Grafa-se: Dεlὲ vitù.
Abose (abôssé): Responsável pelos carregos e segurança da casa, normalmente é dado a um filho de Gu, pois o vodum também toma cargo.
Ekedjis:
Gonzegan: Ekedji responsável pelo Grá.
Dogan (dôgan): pessoa responsável pela comida dos voduns. Esse cargo pode ser ocupado tanto por uma ekedji como por um vodunsi.
Nandevó: Ekeji responsável pelas roupas utilizadas pelos voduns, geralmente são pertencentes ao vodun Lissá.
Nandokpé: Responsável pela limpeza dos assentamentos e pedras dos
voduns. (Não confundir com Nadopé  - despedida dos voduns jeje-mina).
Ogãs:
Pegigan: Responsável por todos os pejis da casa, é quem sacrifica os animais de 4 pata. Grafa-se: Kpεjígán. Significa: Kpεjí = sobre o altar + Gán = senhor. Trazendo a idéia de ”Senhor que zela o altar”. Ou ainda: Kpεn = pedra + Jí = verbo gerar + Gán = senhor. Trazendo idéia de “O senhor que gera (ou dá a vida) à pedra”.
Bagigan: Ogam responsável pelas folhas. Grafa-se como: Agbajìgán. Agbajì = pátio + Gán = senhor. Ou seja: o senhor que cuida ou zela do pátio, que por coincidência é onde estão plantadas as folhas.
Gaimpê: É responsável pelo suporte nas funções de iniciação e pode também ser o “separador de cabeças”. O que imola os animais ritualisticamente. Acompanha a mãe ou pai de santo em todos os rituais de preparação de um barco.
Gankutó: Responsável pelo Gã, instrumento de metal que tem a mesma importância que os atabaques. É utilizado em todas as cerimônias. É o Gankutó quem entoa os cânticos em todas as funções da Casa. “O malvado que nos faz dançar”
Sojatin: Responsável pelos cuidados específicos dos Atinsas – as árvores sagradas. Pode também ser o conhecedor das folhas.
Abasa (abassá): Responsável pela sala (barracão). Todos os preceitos de sala são feitos por ele. Cabe também a ele receber e acomodar as visitas. Grafa-se: Agbásà. Significa: pátio ou área externa. O ‘Gàn’ (senhor) que realiza esta atribuição é o Agbásàgán. Na língua Fongbé se utiliza a forma ‘Gán’. Possivelmente a palavra Ogan foi assimilada no Brasil da língua Anágò que grafa: Ògá. E que faz alusão ao mesmo cargo.
Hun to (rum tó): dono do tambor. Responsável pelos atabaques, cantigas e rezas. Grafa-se: Gánhǔntɔ́. (pronuncia: Gan run tó) Vale lembrar que Hǔn significa: tambor largo e Tɔ́ significa: proprietário. Considerando que Gán=senhor, temos: “O senhor proprietário do tambor”.
Rundevá, Rundeví, Seneví : Títulos dados em hierarquia para os ogans tocadores de atabaque (Rum, Rumpi, Lé).
kajèkaji: neófito, não iniciado, o mesmo que abiã no Ketu.

INICIAÇÃO NO JEJE MAHI


De um modo geral, a iniciação no Jeje é mais complicada do que a iniciação da Nação Ketu, a começar pelo tempo de reclusão dos neófitos que no passado durava até um ano. Hoje, devido ao ritmo de nossas vidas, este tempo caiu para seis meses. Três meses a vodunsi fica dentro do Hundeme (quarto de santo) e os outros três meses fora dele, mas ainda na roça. Durante seu período de iniciação a Vodunsi passará por várias etapas, entre as quais pode-se citar Sakpokàn ou Sarakpokàn, Vivauê, Kán, Duká, Zò, Sanjebé, Grá (ou Grã), etc. Dentre estes os de maior destaque o Sakpokàn e o Grá. A iniciação no Jeje Mahi sempre contece com formação de “barcos” ou “ahamas”, pela tradição nunca se recolhe uma única pessoa e nem barcos com números pares de componentes, levando ao entendimento de que sempre que houver iniciação deve-se ter no mínimo três Vodunsis em processo na roça. Em geral cada sacerdote ou sacerdotisa Jeje Mahi, durante seu comando, não recolhem muitos barcos; a quantidade controlável de filhos de santo é muito importante, pois há um ditado que diz “é melhor ter poucos filhos bons a muitos ruins”. Na Casa das Minas também não é diferente. A iniciação da Vodunsi começa com a filha “bolando” (caindo) aos pés da arvore (atinsá) consagrada a seu Vodun, e ali ela permanecerá desacordada durante sete dias e sete noites. Dizem que já houve casos de vodunsis consagradas a voduns aquáticos que ficaram esse período na água. A ordem das vodunsis no barco se dá pela ordem conforme elas vão ”bolando” nos atinsás, assim teremos: A primeira será Dofona (o) ( Dòfònun) A segunda será Dofonotinha (o) (Dòfònuntín) A terceira será Fomo (Fòmò ou Yòmò) A terceira será Fomotinha (o) (Fòmòtín) A quinta será Gamo (Gàmò) A sexta será Gamotinha (o) (Gàmòtín) A sétima será Vimo (Vimun) Durante o tempo que a Vodunsi permanecer debaixo do atinsá de seu Vodun, será cuidada pelos Ogãs e Ekedjis. Neste período, a mãe de santo (ou pai) é proibida de ir ver a filha. Isso por que a(o) zeladora(o) pode sentir pena da Vodunsi e de certa forma pode querer ajudá-la, afim de aliviá-la de seu estado. Acabando os sete dias, a vodunsi ainda desfalecida será levada pelos ogans até o zelador no Hundeme para que este inicie a feitura. O momento em que a vodunsi acorda do desfalecimento é considerado como um renascimento, após passar pela morte ritual e acordar numa nova vida, agora como Vodunsi, um compromisso que deverá carregar consigo por toda sua vida. A partir daí a vodunsi passará por processos de limpezas, descarregos, banhos de ervas, ebós, e durante uma semana deverá descansar até o dia do Sakpokàn ou Sarakpokàn. O Sakpokàn é uma cerimônia que acontece sete dias após o inicio dos rituais de feitura, quartorze dias após o “bolar” na qual a vodunsi dança manifestada com seu Vodun. A dança é desajeitada e desordenada. O Sakpokàn também representa a despedida da Vodunsi de seus familiares que forem assistir ao ritual, que só verão a vodunsi novamente meses depois no “dia do nome”. No dia do Sakpokàn a Vodunsi será raspada e catulada. Das etapas de iniciação que a nova Vodunsi deve passar, a mais intrigante e misteriosa é o Grá. O Grá O Grá é uma divindade ou entidade violenta e agressiva que se manifesta na Vodunsi apenas na sua iniciação durante três dias e próximo ao “dia do nome”. O principal objetivo do Grá é matar o(a) zelador (a) que deverá permanecer escondido nos aposentos da casa durante os três dias em que o Grá estiver manifestado. O Grá é acompanhado pelos Ogans, Ekedis e algumas Vodunsis antigas que farão com que ele realize algumas penitências, fazendo-o cansar. Há um número certo de pessoas que poderão acompanhar o Grá que durante estes três dias ficará solto pelo pátio da roça comendo tudo que encontrar como folhas de árvores e frutos caídos, motivos estes que exigem que a roça seja grande e com bastante árvores. As pessoas que acompanham o Grá, assim como ele mesmo, carregam um porrete com o qual ele tenta agredir as pessoas e realiza sua penitência, que tem como objetivo levar todo mal e toda energia negativa da Vodunsi, e também o objetivo principal de cansar o Grá para que ele não cause tanto transtorno. Durante os dias de penitência, os acompanhantes entoam certas cântigas específicas. Após os três dias procurando o(a) zelador(a), o Grá tem o encontro tão esperado, que acontecerá no Agbasá (salão de dança). Ao som de paó e adahun, o Grá entra pela porta principal do Agbasá e se deparara com o(a) zelador(a), que estará sentado(a) em uma cadeira esperando por ele, partindo pra cima do mesmo para matá-lo. Neste instante todo cuidado é pouco, pois o Grá pode ferir o(a) zelador(a). Quando o Grá adentra o Agbasá, os Ogans correm para tirar-lhe o porrete que ele luta para não entregar. É um momento de extase. Nesse instante os tambores tocam com mais força e o(a) zelador(a), então nervoso e sem poder sair da cadeira, entoa uma cantiga e a Vodunsi cai desfalecida no chão e logo em seguida é pega pelo Vodun. É um alivio total e o ritual do Grá chegou ao fim. A quem diga que o Grá é um Erê malvado, outros dizem que é o Exu do Vodun, outros ainda dizem que é o lado negativo do Vodun ou mesmo da própria Vodunsi, um lado animalesco e primitivo seu, que está no seu inconsciente, que manifestou-se em seu renascimento e que foi mandado embora para sempre. O Grá despeja pra fora toda raiva e o ódio da Vodunsi. Como se depois do Grá não houvesse mais ódio, raiva, rancor dentro da Vodunsi, somente o que é bom e benéfico. Significa que a Vodunsi nunca mais sentirá fome, nunca vai dormirá no relento, nunca mais irá confrontar ou agredirá seu(a) zelador(a), fisicamente ou com palavras, pois o Grá levou isso com ele. O ritual do Grá envolve muitas simbologias e interpretações que pelas leis do Jeje não poderei citá-las aqui. O Dia do Nome O Dia do Nome é um dia muito especial, com cerimônia pública (Zandró) no Jeje Mahi. O Vodum manifestar-se-á em sua Vodunsi e vai dançar na sala. Antigamente, uma única pessoa era escolhida para tomar o nome particular (Hún ìn) do Vodun de todas no “barco”, sendo considerado(a) padrinho ou madrinha do “barco”. Hoje geralmente são escolhidos mais de uma pessoa para esta tarefa. Após este dia, a iniciante agora sim é uma Vodunsi.

o jeje na áfrica

 
 
A história do desenvolvimento do império crescente do Dahomey é indispensável para compreendermos os
Voduns, precisamente a quebra e a migração do Ewe/Fon. Alguns estudiosos da cultura africana achavam que todos os Voduns cultuados em Dahomey eram deuses originários dos yorubanos. Um equívoco! Trata-se simplesmente de uma troca de atributos culturais de cada região. Em todas as regiões, os deuses africanos são louvados, sejam ancestrais ou vindos de outras regiões, mas preferencialmente cada região cultua seus próprios deuses, os ancestrais. Os deuses estrangeiros podem ser aceitos inteiramente nos santuários dos Voduns locais, embora permaneçam sempre como estrangeiros. O mesmo tratamento é dado em terras yorubanas aos Voduns originários de outras regiões. Dahomey, cuja capital era Abomey, foi o principal reino da história do atual Benin. Seu poderio militar formado por bravos guerreiros e amazonas era temido por todos os reinos vizinhos que foram sendo conquistados. O exército do rei era dividido em duas partes: o regimento permanente e o regimento das coletas tribais (prisioneiro). Esses prisioneiros eram treinados para serem guerreiros do rei e as mulheres, em especial, eram enviadas ao regimento das amazonas onde aprendiam a lutar. Os prisioneiros que se negavam a aderir as causas do rei eram sumariamente executados ou vendidos como escravos. Os chefes das tribos conquistadas ficavam reservados para serem executados durante o festival anual de ancestrais, em memória dos reis mortos. Suas cabeças eram decapitadas e seu sangue oferecido aos falecidos reis. Essa pratica aconteceu do séc. XVI até o séc. XVII. O reino de Dahomey foi o maior exportador de escravos para o nome mundo. Adja-Tado foi quem começou esse grande império de Dahomey. Primeiro conquistou a cidade de Adja onde se tornou rei, casou e teve 3 filhos.
Quando seus filhos já eram guerreiros, Adja-Tado foi a Allada junto com eles e estabeleceu o reino de Allada. Seus filhos se dividiram e estabeleceram reinos separados e tornaram-se reis. O primogênito Zozergbe foi rei de Porto Novo, o segundo filho foi sucessor de Adja-Tado no trono de Allada e o terceiro filho, Aklim fundou o que mais tarde seria o principal reino da região. Aklin foi para Ghana e Bahicon (agora Benin, sul-central), com seu exército, e estabeleceu uma outra dinastia, a cidade de Abomey, que foi a capital do império militar, conhecida como Dahomey. Dahomey foi governada por um total de treze reis divinizados, por quase dois séculos. Agassu, que era um dos líderes do império, dizia ser filho de um leopardo com a princesa de Tado, Aligbonon. Ela teria sido encantada por esse leopardo originando o nascimento de Agassou. Agassou teve três filhos e deu início a uma linhagem de homens leopardo. 
 
 
DEUSES DA RIQUEZA
Na cultura daometana, encontramos como Deuses da Riqueza, um casal de gêmeos que foram enviados a terra por Mavu e Lissa, para que ajudassem à humanidade.
Os gêmeos Da Zodji e Nyohwe Ananu foram os primeiros Voduns a nascerem e após chegarem a terra, deram origem a uma linhagem de Voduns ricos e guerreiros.
Cabem a esses Voduns guerreiros, ajudarem a todas as pessoas que recorrerem a Da Zodje e a Nyohwe Ananu, a chegarem até eles, isso é caso algum caminho ou energia do solicitante estiver atrapalhando o intercâmbio entre ele e os Deuses da Riqueza, esses Voduns mostram os ebós que deverão ser feitos para que ele alcance os Deuses gêmeos.
Quando chegaram a Terra, Da Zodji e Nyohwe Ananu habitaram o mar, onde acharam as maiores riquezas da Terra.
Nyohwe Ananu, muito feminina, encantou-se com as conchas e os caramujos que encontrou e ficava extasiada ao ouvir o som do mar dentro dos caramujos.
Seu irmão mandou que trouxessem todos os caramujos e conchas para o palácio deles para agradar Nyohwe Ananu.
De tanto Nyohwe insistir para que Da Zodji ouvisse o som dos caramujos esse atendeu seu apelo e também se encantou.
Daí por diante, os dois passavam todo o tempo ouvindo esse som e não mais prestavam atenção aos pedidos das pessoas. Incomodados com essas atitudes dos Deuses gêmeos, seus descendentes resolveram consultar um bakono.
O bakono consultou Fá e esse mandou que todos pegassem um caramujo para si e que quando quisessem falar com os Deuses da riqueza, falassem dentro do casco do caramujo, pois somente assim Da Zodji e Nyohwe Ananu os ouviriam.
Os descendentes obedeceram a Fá e passaram a falar com os Deuses dentro dos caramujos e, alguns deles, começaram a colecionar caramujos por acreditarem que quanto mais caramujos tivessem, mais poderiam conversar com eles.
Esse procedimento causou um pouco de confusão na vida dos Deuses da Riqueza, pois, quando as pessoas falavam com Da Zodji a irmã também ouvia e vice-versa.
Então, eles estabeleceram o seguinte:
“Que cada um tivesse em seu poder dois caramujos”.
“Um deveria ficar deitado e nesse, os pedidos à Nyohwe deveriam ser feitos e o outro caramujo deveria ficar em pé e nesse, os pedidos à Da Zodji deveriam ser feitos”.
Deram também a opção de usarem os caramujos de uma maneira só e se comunicarem apenas com um dos Deuses.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ALGUMAS CANTIGAS DE VODUNS

Cantigas de Voduns

Cantigas de Voduns

Vodum Gbesen

KRÊ NU KRÊ, NA SASSÁ RENUN
KRÊ NU KRÊ, NA SASSÁ RENUN
SASSÁ RINÓ VODUM
EMI KOBÁLA NUÊ
SASSÁ RINÓ VODUM
EMI KOBÁLA NUÊ

*

KRÊ NU KRÊ, NA SASSÁ RENUN
KRÊ NU KRÊ, NA SASSÁ RENUN
SASSÁ RINÓ VODUM
EMI KOBÁLA NUÊ
SASSÁ RINÓ VODUM
EMI KOBÁLA NUÊ

*
VODUN RUDJÊ,MINA KORÔ RUMBÊ(BIS)
RUDJÊ ZÔ,RUMBÔNU NUM KWÊ MINADÔ(bis)
DANSIDABELA RUMBÊÊÊÊÊ
ÊÊ MARRUMBÊÊÊ
RUMBEWÊÊ(BIS)
(toq)bravun

*
(toq)satò
È DORIGAN N AIBUNA E DABUNCÒ(bis)
RUM BARA BERÒ BUNCÒ
RUM DAMBALA BALA SODAN AÊ AÊÊÊ BUNCÒ (BIS)

*
(TOQ)AVANIYA
DAN DA MARÔ,DAN DA MARÔ
O DAN OTIN BELÊ ODAN
DAN DA MARÔ,DAN DA MARÔ
O DAN OTIN BELÊ ODAN

*

Vodun Mariokuê
Bessem no mariokuê
Aijò ê ô mariokuê

*
KRÊ NU KRÊ, NA SASSÁ RENUN
KRÊ NU KRÊ, NA SASSÁ RENUN
SASSÁ RINÓ VODUM
EMI KOBÁLA NUÊ
SASSÁ RINÓ VODUM
EMI KOBÁLA NUÊ
KRÊ NU KRÊ, NA SASSÁ RENUN
KRÊ NU KRÊ, NA SASSÁ RENUN
SASSÁ RINÓ VODUM
EMI KOBÁLA NUÊ
SASSÁ RINÓ VODUM
EMI KOBÁLA NUÊ

*

JÁ HOHO E Ê, JÁ HOHO E Ê
YPITI LÊ JÁ HUNDÊ BOY DA CÓLO DIÊ
YPITI LÊ JÁ HUNDÊ BOY DA CÓLO DIÊ
BOY DA BARA HUNCE JÁ LÁ JÁ HOHO Ê Ê

*

WALU LÈ
ILÈ WALU LÈ
JÉ KWÉ SUN WALU LÈ
MAN IYÁ HUN DÁ KÓ
ALÈ KWIN BILO SÈ
MAN IYÁ WALU BETÓ
DA JA IN SAN
WALU LÈ
MAN IYÁ HUN DÁ KÓ
WALU LÈ


*



Vodum Soboadãn


Soboadã tany avalú
Soboadã tany avalú
Arayè è è è
Arayè è è è
Soboadã tany avalú

*
SOBOADÃN NO TO GIE....
COTA COTA HUMGEBE
COTA COTA FIRIMANHA
COTA VODUM DARHOME
(bis)
BADE

HEVIOSO BARE ORO
BADE NA KEW .....
BADE IZO

*
Vodum Gbadé

A HAN IRUN MALÉ ERO BADÉ NI CAIÁ
A HAN IRUN MALÉ ERO BADÉ NI CAIÁ HOUMBONO
BADÉ NI CAIÁ, WODUN BADÉ NI CAIÁ
BADÉ NI CAIÁ, WODUN BADÉ NI CAIÁ


*



Vodum Agué


Nito Kossun
Arrunsejé
Nito kossun,
Agué run derè

Ritmo:Bravum

*



OTUM OTUM BABA PEREGUM ALA OTITUM
BABA PEREGUM

TOQ SATO

*




E COBILE AGEO
E COBILE AÊ
E COBILE AGEO
E COBILE ÂÊ
........(BIS)

Toque Rum


*

Sobojô,
Aê Sobojô,
Aê Sobojô,
Aê Sobojô, Agué.

Sobojô,
Aê Sobojô,
Aê Sobojô,
Aê Sobojô, Agué.

*

Agué benadô e um ô
ê ê ê e um ô
ê ê ê e um ô
Di mina ê

Sato


*

Vodum Aziri

Arrunsevó
Azitri tobossi nadevó

Arrunsevó
Azitri tobossi nadevó


ritmo:Sato

*

Lô kwe rêrê comodirê
Lô kwe rêrê comodirê
Azã mehuntó azokinã Aziri zaê
Azã mehuntó azokinã Aziri zaê

Vodum Kpossum


Posun gaiba serebè
Serebè, serebè
Posun gaiba nadegi
Posun gaiba nadegi


Posun gaiba serebè
Serebè, serebè
Posun gaiba nadegi
Posun gaiba nadegi

Ritmo:Avamunha

*

POSSUM ADA GAMA RUNGELO
POSSUM ADA GAMA RUNGELO

*

ENATOIA
ENATOIA
E POSSUM POSUBENAN
ENATOIA
ENATOIA
POSSUM POSSUBENAN

*

Hamunha

BerekÔ é no possi do iyá Wodun maio Kwe
Berekô é no possi do iyá Wodun maio Kwe

Posun posun lé
Posun boiá káká bioá mi
Posun posun lé
Posun boiá káká bioá mi

Pó ahan daquinipó daquinipó, posun nun dê
Belé belé a gama
Posum madobê


Vodum Dan Iko

Ò Dan biò
Dan biò arrunjekwé

Ò Dan biò
Dan biò arrunjekwé

ritmo:bravun

*




Vodum Heviosso


Abadé serrèm

Vodum la sè serrem

ritmo:bravum

*



Vodum Avereketi


Jidè Jidè Averekè
Jidè Jidè Averekè

Averecuna sarrunan
Averecuna sarrunan
Averecuna sarrunan

ritmo:Avamunha

*

Averekete é um taelê
dan jan jan
Bako pô eró dan ê
dan jan jan

Mina mina doné
Averejkete minha doné

Averê sodan huntó
Vodun kwê sebê

Aê mileuá
Ê mileuá Averekete

Averekete doma dohun
Averekete doma dohun

Averekete doma dobelo
Averekete doma dobelo


Vodum Azansu


È vodun salè juá, ran sètó dobè
Ran sètó, ran sètó, ran sètó dobè


ritmo: Bravum

*

A coda é sasê
A coda diê BIS

Sakola rô rum vodum
juta dona có
juta colaró rum vodum
juta dona có

ê okê a coda diê BIS

*


Ago le sasi na ko sa die
Ago le sasi na ko sa die
Ta ko lara wodun se sa do na kó
Ta ko lara wodun se sa do na kó
Jun ta kó laró wodun se sa do na kó
na ko sa die

*
Hamunha

E no koko bió bereo
E no koko bió bereo
é num kwe da beuá é naió
é num kwe da beuá é naió
é num kwe da beuá é naió

*

Sató

O ninhá osso bo ko bo alê
O ninhá osso bo ko bo alê ô

*
No kwe do biò, no kwe do biò
No kwe maloiê
Azukere no tó
Ajunsùn felebé do biò
Kwenda biò êê
No kwe do biò.

*


Vodum Dangbé


EGÓ

JÁ HOHO E Ê, JÁ HOHO E Ê
YPITI LÊ JÁ HUNDÊ BOY DA CÓLO DIÊ
YPITI LÊ JÁ HUNDÊ BOY DA CÓLO DIÊ
BOY DA BARA HU7NCE JÁ LÁ JÁ HOHO Ê Ê

*

SATÓ

HONTO MANHA DAN IKÓ OTORU
HONTO MANHA DAN IKÓ OTORU
HONTO MANHA DAN IKÓ WALÚ WALULÊ
HONTO MANHA NO TOKWE BEUÁ
NO TOKWE RE RE DONIN
SAVALU KWE HOUMBONO
SAVALU KWE RE RE ZAN ZAN
SAVALU KWE HOUMBONO


*


HAMUNHA

DA BARA HOUMBONO
DA BARA HOUMBONO SATO JÁ
DA BARA HOUMBONO SATO JÁ
DA BARA HOUMBONO SATO JÁ

*






Vodum Abain

Nan gaiakó, nan berè nan
Nan gaiakó, nan berè nan

Ritmo:sató

*
NANAN MI TOFÁRA RENUN
NANAN MI TOFÁRA RENUN
SEREBÊ SEREMAN
NANAN MI TOFÁRA RENUN
SEREBÊ SEREMAN
NANAN MI TOFÁRA RENUN
NANAN MI TOFÁRA RENUN
NANAN MI TOFÁRA RENUN
SEREBÊ SEREMAN
NANAN MI TOFÁRA RENUN
SEREBÊ SEREMAN
NANAN MI TOFÁRA RENUN

*


Vodum Otolu

Jarralá Rundewè
Rundobi Rundojò
Rundewè Rundobi
Otolú Navidarriwá


Ritmo:Sató

*


otolu é mà sinotó
otolu é mà sinitó
sinitó sinitó aloye
sinitó sinitó aloye


Otolu kini fá kiroji
Otolu kini fá kiroji
kiroji é jirole
kiroji é jirole

*



Egó

Beto é nó so jo é Mahi
so jo é Mahi
A ganga Otolu
so jo é Mahi
Bonarrevi

*


JARRA LA CEDÈ MI
MAVEM O PEJE VÒ,CORICÒ
JARRALA CEDÈ MI
MAVEM O PEJE VÒ

Hamunha
*

COTA COTA BELE KWÈ
RUM BUENA VIANÊ(bis)



*


Vodum Avedijá


Vala runtemanha
Vala runtè jó


Vala runtemanha
Vala runtè jó


ritmo:Hamunha

*


Epa mina mina pã
Medijó mina pã

Hamunha

*

WODUN JÓ WODUN JÓ É MAHUM BE
WODUN JÓ WODUN JÓ É MAHUM BE
WODUN JÓ MAHUM BE ADAIN ME HUNTÓ MAHUM BE WODUN JÓ


Sató

*


EGÓ

JÓ JÓ JÓ MA HUMBÊ
JÓ JÓ JÓ MA HUMBÊ
E DI JÓ E DI JÓ E DI JÓ MA HUMBÊ

*





Mawu Lissa

Nassa hun nassa hun ma hundê
Olisa nassa hun ma hundê
Nassa hun nassa hun ma hundê
É wodun nassa hun ma hundê

sabe jo nin ko in sabe jo nin ko dê ê
aê aê sabe jo nin ko in



Vodum Togbossi



Aziri Nadò
Aziri Nadò

Vodun Darrunchè Sojò
È Vodun Darrunchè


Ritmo:Sato

*




Jara um tó
Jara um tó, savalu
Jara um tó, bossirê
Jara um tó, savalu

Hamunha



EGÓ

MA HOHO TÓ NUM BOCI LÊ MA HOHO
MA HOHO TÓ NUM BOCI LÊ MA HOHO
TÓ NUM BOCI LÊ MA HOHO
TÓ NUM MÃ Ê
TÓ NUM BOCI LÊ MA HOHO
TÓ NUM MÃ Ê
MA HOHO TÓ NUM BOCI LÊ DÁ CA JÁ

*

HAMUNHA

TOKWE TOKWE TÔ NUM SAN BÁ NU TO BONI TO BÉ LE KWÉ
Á IRÊ IRÊ
TÔ NUM SAN BÁ NU TO BONI TO BÉ LE KWÉ

*

SATÓ

KI NHÁ KI NHÁ KI NHÁ A NI KINHÁ BOROCÊ
A NI KINHÁ BOROCÊ
BONACERRA Ê

*


mecim quelê no po do me diè,diè aè
mecim quelê no po do me diè,diè aè
O me do pò dò mè}
mevò cocè cò}




Vodum Oulissá


Hàn vodun Òulissá

Òulissá Gama Dobè
Zò Alerikó

Òulissá Gama Dobè
Zò Alerikó

Ritmo:Bravum

*

VODUM LISSÁ MAWÚ
ABADJÁ LABIÊ KÓ
ABADJÁ LABIÊ KÓ
O VODUM SAVALUNDÊ
VODUM LISSÁ-MAWÚ
ABADJÁ LABIÊ KÓ
ABADJÁ LABIÊ KÓ
O VODUM SAVALUNDÊ



*



Vodum Aziri Togbossi

Zanadò Bocilè, Zanadò Bocilè
Aziri Tobossi Marrum Kwè

Zanadò Bocilè, Zanadò Bocilè
Aziri Tobossi Marrum Kwè


Ritmo:Sato


*
PONHA NHA IMBO OIFUM
PARA RUZO RUZO
PONHA NHA IMBO IOFUM E
PORESSE NU E
TOKULÁ SOTAN BOBO E
PORESSE NU E
VODUM LÁ SO DAN BOBO E


*

PONHA NHA É RUJOJO
PONHA NHA É RUJOJO
E RUJO DE BODE CAIA
É RUJO DE BODE CAIA
IMBOIKA IMBO.


Vodum Loko


Han Vodun Iròkò

Iròko berè kwe sató
Iròko berè kwe sató

Dabió Dabió
Iròko berè kwe sató

Ritmo:Sato

*

Hunhodan bolokô
Tina docun Vodun aka
Aê LOKO
Aê aê LOKO

LOKO daiba bô ajenan
Savalu jeje mahi

Abain Sodan
LOKO bain Sodan


Loko Kaiaba




*

eró iroko é sí
eró iroko é si

*

do e pó sú mazôbe
zuelo arruangelo
irôko pó su mazôbe
zuelo arruangelo

*



Vodum Gu


Han Vodun Togun

Dajanadò, Dajanadò
Da Korrunda Dobè

Benitó Sarrun Denan
Da Korrunda Dobè

Ritmo:Sato

*

CATA CATA OBÍ MEJÊ
OBÍ MEJÊ ONAN BÔ BÔ
CATA CATA OBÍ MEJÊ
OBÍ MEJÊ ONAN BÔ BÔ

*





BOAINDA TIDAN (BIS)

TIDAN NO POLAZAN ( EGO )
BOAINDA TIDAN
(BIS)

*

O RUN TÔ CACAIBÉ (BIS)
AE AE AE (SATO)
O RUN TÔ CACAIBÉ
(BIS)

*

Toque: Bravum

Sanaji, Sanajo,
Sanaji, Togum Ala Korô

Sanaji, Sanajo,
Sanaji, Togum Ala Korô

*

Ube Ma hube
Ube Ube Ma Hube
Ube Ma hube
Ube Ube Ma Hube
Ube Ube Ma Hube
Sobe o yá Ma hube o yá
Ube Ma hube
Sobe o yá Ma hube o yá

Hamunha

Togun tá tanadê
Togun tá tanadê
Togun tá tanadê ô
Togun tá tanadê ô

Sató




Bara do lemina sivo houmbé
O hun de ká la e
Mino sivo Houmbé
O hun de ká la e

Batá


Vodum Boço Jará



BÔSSO JÁRA AJARRUNDÊ
RUNTÓ BÔSSO DA GAMA SILÊ
BÔSSO JÁRA AJARRUNDÊ
RUNTÓ BÔSSO DA GAMA SILÊ
BÔSSO JÁRA AJARRUNDÊ
RUNTÓ BÔSSO DA GAMA SILÊ
BÔSSO JÁRA AJARRUNDÊ
RUNTÓ BÔSSO DA GAMA SILÊ

*

Vodum Ajaunsi


Arun decaiá
Arun decaiá
Ajanssi mehuntô
Arun decaiá
Arun decaiá
Ajanssi mehuntô

*
Ê BEREWÁ
AJAUNSSY,
Ê BEREWÁ
RUNTÓ BI EWÊ.

Ê BEREWÁ
AJAUNSSY,
Ê BEREWÁ
RUNTÓ BI EWÊ.

Sato

*






Vodum Anabioco


Ê Nanã modubi
Dahomé savadiê
Ê Nanã Gaiaku
Dahomé savadiê
Dahomé Savadiê
Savaia Dahomé

Ê Nanã iku rê
Afulelé corajô
Corajô corajô
Afulelé corajô

Êpa êpa ê
Nanã oluaê (BIS)

*





Vodum Bocalabé ou Boca


PABÔ,PABÔ
PABÔ A ISSU DAN
PABÔ,IYÁ PABÔ
PABÔ A ISSU DAN
PABÔ, PABÔ
PABÔ A ISSU DAN
PABÔ,IYÁ PABÔ
PABÔ A ISSU DAN



Vodum Legba


Ê lebaraaa,
Ê lebaraaa,
Ê lebara vodun ê vodun nitoiê
Ê lebera

Toque.: Bravum ou quebrado


*


Sató

Wodun Legba denan nu awantitó elô
Wodun Legba denan nu awantitó elô
Ê ê Legba, Legba awantitó ió Wodun
Sasa (xáxá) Legba denan nu awantitó ê
Ê Legba, LOegba awantitó ió Wodun

*

Hamunha

Ê mina dô, a kan so elô Bara Huntó nan Kwe rê
Ê mina dô, a kan so elô Bara Huntó nan Kwe rê

*





Egó

Awá Lesse agô Iyá, soriyá bekó ilêkun
Awá Lesse agô Iyá, soriyá bekó ilekó ilêkun
*

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

criação do mundo segundo a mitologia fon

mawú-lissá e a criação do mundo

Para falarmos em Mawu-Lisa (mauú-lissa) temos que falar na religião Fon e vice-versa.

Os Fons reconhecem a existência de um único Deus supremo e criador de todas as coisas a quem eles chamam de Mawu. Segundo suas crenças, Mawu enviou os Voduns à terra para auxilia-lo a governar o mundo e dar assistência aos seres humanos.

Embora muitos pesquisadores (padres, antropólogos, sociólogos, etc.) venham usando a terminologia “deus” para definir os Voduns e outras divindades africanas, o africano de um modo geral e em especial o povo Fon consideram essas como divindades secundárias e algumas como ancestres.

Podemos observar que existem algumas divergências nos relatos dos pesquisadores sobre Mawu-Lisa, mas todos concordam que esse Deus faz parte do cotidiano dos Fons.

 Sobre essas afirmativas de Anthony, discordo um pouco. A cultura oral passada pelos kpanlingans que são os contadores oficiais das historias desse povo, vem sendo escrita por profissionais respeitáveis que se dedicam ao estudo da antropologia e sociologia da África. Até concordo que alguns distorceram um pouco as historias narradas, mas encontramos trabalhos sérios nessas áreas de pesquisas, principalmente as feitas pelos franceses que foram os colonizadores do antigo Dahomey.

Provavelmente as pessoas entrevistadas por Anthony não eram sacerdotes de Vodum ou kpanligans e por essa razão recebeu essas respostas.

Na mitologia Fon, Nana Buruku (bulucu) com a ajuda da serpente sagrada foi quem criou o mundo dando vida aos animais, a flora e aos minerais.

Após criar o mundo, Nana teve um casal de filhos gêmeos a quem batizou de Mawu-Lisa e deu a eles a incumbência de criar o homem e povoar a Terra.

Com o nascimento desses filhos, Nana criou a dualidade que daria o equilíbrio ao mundo e aos seres viventes.

Mawu é o princípio feminino, a fertilidade, a suavidade, a compreensão, a ponderação, a reconciliação e o perdão


 Lisa é o princípio masculino, o julgador, a impaciência, a força cósmica que castiga os homens errados e os corrige, a seriedade. Ele está sempre atento para que as leis de Mawu sejam cumpridas.

Nana vendo que Mawu não conseguia mudar o gênio de Lisa e que esse não atendia Mawu quando essa tentava ponderar antes que ele castigasse os homens, resolveu separa-los e deu a Mawu a supremacia no governo da Terra.

Enviou Mawu à lua para ser a luz que iluminaria a Terra no período noturno e suavizar os sofrimentos dos seres e projetar o Fé (amor) sobre o planeta.

Enviou Lisa ao sol para que esse pudesse ver com mais clareza os erros dos homens e julgasse bem antes de castiga-los. Ordenou também que Lisa uma vez por ano deveria andar na Terra para conviver com os homens e conhecer de perto suas necessidades, ajudando-os e corrigindo-os. Com essas andanças pela Terra, Lisa deixou aqui alguns descendentes que se tornaram divinizados.

Os Fons dizem que a partir dessa separação, Mawu e Lisa só se encontram quando ocorre um eclipse e nessa ocasião Eles fazem amor, gerando mais Voduns para ajudar os homens.

Antes que essa separação se concretizasse, Mawu e Lisa chamaram seu filhos e os enviaram à Terra como os primeiros habitantes e para que esses os ajudassem a governar a Terra, deram a cada um uma atribuição.

 Por essa razão, os Fons acreditam que todos os homens são Voduns, sendo que só voltarão a sua condição de divindades, após a morte física do corpo.

Vodum Zodje e Nyohye Ananu (gêmeos) – riquezas – Teriam que controlar todas as riquezas da Terra e distribui-la aos homens segundo seus merecimentos. Foram habitar no reino abissal (fundo do mar)

Voduns Agbê e Naete (gêmeas) – o amor, a água – Teriam que ensinar o amor aos homens e a todos os seres viventes. Foram habitar nas águas.

Vodum Sakpata – doenças, a terra – Teria que levar as pestes e doenças que corrigirião os homens que se auto flagelavam e ao mesmo tempo trouxe consigo as fórmulas para a cura de todas as doenças, deveria dá-las aos homens. Foi habitar as profundezas da terra

Voduns Hevioso e Sobo – a justiça, o fogo – Teriam que fazer com que as leis de Mawu fossem cumpridas com justiça e cobrasse dos homens seus erros. Foram habitar nos vulcões.

Vodum Gu – a guerra – Teria que combater todos que usassem o poder para matar e explorar os mais fracos. Deveria lutar ao lado dos guerreiros que estivessem dentro das leis de Mawu e castigar os demais mesmo que para isso tivesse que mata-los.

Vodum Djó – o ar, o vento, a chuva – Teria que enviar a todos os seres o AR necessário à vida e enviar as chuvas para fertilizar a Terra. Ficou habitando o espaço celeste próximo a Mawu e Lisa. Encontramos alguns autores escrevendo a palavra dji como sendo o correto nome desse Vodum e ao mesmo tempo o identificam como Dan Hwedo. A tradução da palavra dji é chuva ou céu no sentindo de dizer chuva que vem do céu

 Vodum Age – as florestas e agricultura – Teria que saciar a fome dos homens e animais. Os pássaros e demais animais ficaram sob sua responsabildade e o abate de um desses só deveria ser permitido para aplacar a fome.

Vodum Loko – as árvores - Ficou responsável por todas as árvores e seres que a habitavam. Deveria frutificar algumas a fim de saciar a fome dos homens e animais e combater os espíritos malignos que quisessem se apoderar delas ou controla-los.

Vodum Legba – Por ser muito arteiro e aprontar muitas brincadeiras perigosas e sem limites e também por ser o preferido de Mawu, foi mantido perto dos pais. Recebeu a incumbência de ser o mensageiro entre os irmãos e Mawu-Lisa. Recebeu o dom de saber todos os idiomas e dialetos para que pudesse escutar tudo no céu e na terra e contasse para seus pais.

Embora o povo Fon cite somente o nome de Mawu como o Deus Criador, eles têm conhecimento da existência de Lisa e o consideram o lado justiceiro de Mawu.

Mawu e Lisa são conhecidos por uma infinidade de nomes, de acordo com o dialeto falado podemos encontrar:

MAWU
LISA

Segbo-Mawu
Sebo-Lisa

Dada-Segbo
Dada-Segbo-Lisa, etc.

Adimoula

Mawuto

Mawu Todzi

Mahou, etc.
Na África, existem três grandes templos de Mawu-Lisa, todos fundados por Wanjele que era sacerdotisa de Lisa, esposa do rei e mãe do futuro rei Tegbesu.

Certa ocasião Tegbesu ficou muito doente, Wanjele consultou Fá e através desse, Lisa ordenou que ela erguesse um templo para ele em Abomey e trouxesse seus assentamentos. Wanjele mandou buscar o filho doente e foi para sua cidade natal (Adja) buscar seus assentamentos.

Após instalar Lisa no novo templo em Abomey, Tegbesu ficou curado.

Lisa é associado ao sagaman (ságámâm - camaleão) e ao topodun (tópôdum - crocodilo)

Algum tempo depois Wanjele fundou outros templos para Lisa, um em Ghana e outro em Ouidah.

Vejamos agora alguns Voduns filhos de Mawu-Lisa e outros somente de Lisa. São esses os Voduns cultuados ou feitos nos iniciados. A pessoa feita de Lisa é chamada inicialmente de agamavi e após seis meses de iniciação passa a sere chamada de anagônu.

Mawu não é feito na cabeça de ninguém e nem recebe oferendas como os demaisVoduns.

A INCORPORAÇÃO


A
incorporação vem se tornando ao longo do tempo um assunto que ninguém
aborda, muitas vezes por medo de falar a verdade, por medo de ferir aos
outros e na grande maioria das vezes medo de saber que a verdade vai
contra aquilo que vem praticando há anos.

Para um médium ter uma
boa incorporação é necessário que a energia do Òrísà ou entidade tome o
corpo do médium em 80%, sendo assim ainda sobrariam 20% que fica
responsável pelos órgãos vitais do ser humano, ou seja, a respiração, a
visão, a audição e os movimentos, que são utilizados pela energia
conduzida. Em uma incorporação que fica 50% a energia conduzida (Òrísà
ou Entidade) e 50% a energia condutora (Médium) é notório que esse
médium não está tendo uma boa incorporação. É aonde entra a
interferência do médium, falando aquilo que acha correto ou aquilo que
tem vontade de falar e por alguém motivo não fala.

É fato que
ninguém se incorpora totalmente com Òrísà, já que seria impossível, pois
não há ser humano que seja puro o suficiente para que um Òrísà use seu
corpo. A energia do Òrísà depositada no corpo de um médium não é a total
energia de um Òrísà. Um filho de Iyemonjá tem forças para segurar as
águas do mar? Um filho de Òsún tem força para segurar as águas do rio?
Um filho de Iyansà tem força para segurar um vendaval? A resposta para
todas as perguntas é não, então uma incorporação com 100% da energia do
Òrísà seria como um filho de Iyansà segurar o vendaval. Cada médium
recebe a quantidade de energia que seu corpo suporta para preencher os
80% que ficam disponíveis para o Òrísà.

Existem regras básicas
para que um médium tenha uma boa incorporação. Uma pessoa que vestirá
seu Òrísà em uma festa domingo, sem sombra de dúvidas deve ter um
preparo. Se essa pessoa sai no sábado, vai para uma boate, bebe a noite
toda, tem relações sexuais, e chega em casa às 15:00hrs para vestir o
Òrísà às 18:00hrs, fica notório que essa pessoa não receberá nem a
metade da energia que deveria receber. Porém se essa mesma pessoa
ficasse em casa, repousando, essa pessoa receberia a energia que
necessita.

outro fator na incorporação que é importante ressaltar, que é a força
da energia recebida. A energia perde força conforme o tempo, um sirè
dura geralmente em torno de 6 horas, dentro dessas 6 horas o Òrísà de
uma pessoa que ainda é Iyawò, passará várias vezes, é claro que quando
esse Òrísà passar pela última vez no sirè já não será mais com a mesma
força que passou da primeira vez, isso ocorre devido ao corpo físico da
energia condutora ou médium ficar cansado, com a fraqueza do corpo do
médium a energia do Òrísà também vai perdendo força.
Quando uma
pessoa está virada com Òrísà, as pessoas afirmam que a mesma não pode
sentir dores ou necessidade de água, que é uma verdadeira ignorância.
Camuflado por baixo da energia está um ser humano que necessita de água,
as dores de fato ficam mais neutralizadas, isso acontece já que os
sinais vitais do médium estão em apena 20%.

Em uma festa de Esú
muitos incorporam visando a bebida que tem para beber, esses médiuns
após 20 minutos de festa, quando já beberam no mínimo 3 copos de
champanhe, cachaça ou qualquer outra bebida a força da entidade já cai,
justamente pelo fato do médium estar visando somente a bebida, a partir
de então o médium passa a influenciar a entidade, até que a entidade vai
se afastando cada vez mais, porém o médium que só visa a bebida
permanece dizendo que está incorporado, aonde fala coisas que magoam
pessoas, e perde ainda mais a credibilidade aos olhos das pessoas.

É
uma covardia do médium que utiliza uma entidade para falar aquilo que
lhe convém. Entidades essas muitas que muitas vezes vem a Terra com o
propósito de fazer o bem, de prestar uma caridade e ajudar aqueles que
necessitam.
Para uma boa incorporação basta a boa vontade e a concentração do médium.

mt axé a todos os irmãos em religiosidade.