domingo, 11 de dezembro de 2011

O CANDOMBLÉ

Inicialmente,
o culto às entidades africanas era chamado de Calundu e fortemente
reprimido pelas autoridades do Império. No Recôncavo Baiano,
especialmente em Cachoeira e São Félix, o Candomblé já tinha como
característica o culto aos Vodun. Nesta área, o culto aos Vodun foi
denominado Ventura, pois as próprias vodunsis chamavam suas entidades de
vento. Segundo aquelas vodunsis, quando o vodun iria tomar o corpo de
alguém, este vodun antes balançava os galhos de seus Atin-sá (árvores
sagradas de cada vodun). Por causa disto, a principal casa de culto aos
Vodun localizada em Cachoeira, o Seja Hunde é conhecida como Roça do
Ventura. O lugar onde as pessoas recebem um Vento Sagrado.
No culto do
Candomblé acontece uma mistura de idiomas, não existindo exclusividade
desta ou daquela nação. É comum aos iniciados, independente de seus
seguimentos, se denominarem "vodun-si". Sendo esta palavra de origem
ewe-fon, somente deveria ser empregadas aos iniciados da nação Jeje, ou
ainda, usar o termo iyawo, para denominar um iniciando de qualquer
etnia, quando esta palavra pertence ao vocabulário ioruba (Ketu) e quer
dizer esposa do orixá, e por fim, usar "maianga" denominando banho, mas
esta palavra é de origem banto (angola), e, por isso, deveria ser usada
apenas nas casas de Nação Angola.
O
sincretismo entre estas três etnias é perfeitamente aceito, por se
tratar de povos de origens semelhantes, sendo separados apenas por seus
idiomas e alguns aspectos de suas culturas. O que é inaceitável e
desnecessário nos dias de hoje é o sincretismo com os santos da Igreja
Católica, que distorcem todo o sentido dessas culturas. Classificando
Exú, como diabo, Oyá como Santa Bárbara, Ògún como São Jorge, etc.,
quando não há muita das vezes, se quer, alguma correspondência entre
eles, além de terem tempos históricos completamente incompatíveis.
O candomblé
brasileiro, da maneira que é pregado, como religião, tem origem nas
senzalas das grandes fazendas, onde os negros de etnias diferentes
cultuavam suas entidades fazendo o sincretismo entre estas, formando
assim um novo culto, coletivo, onde todas as entidades eram louvadas. É
um culto à natureza e que visa à integração do homem com o meio
ambiente, buscando o encontro consigo mesmo para então, conseguir
realizar os seus desejos, através do seu próprio entendimento.
Segundo se
sabe, na África cada cidade ou aldeia possui, ou possuía um orixá
patrono, sendo este o dono da terra e o único adorado entre todos os
moradores daquela localidade. No Brasil, o culto é coletivo onde são
cultuadas várias entidades e ainda os ancestrais, que recebem um culto à
parte. Enquanto na África, muitos cultos são feitos ao ar livre, no
Brasil, por questões históricas e sociais, o culto se realiza em um
espaço sagrado, o terreiro ou roça e na maioria das vezes, as cerimônias
são restritas aos adeptos. Essa forma brasileira de culto é o resultado
da resistência negra diante da sua situação social no Brasil.
Por se
tratar de uma religião iniciática, o adepto está sempre se iniciando a
uma nova fase dentro do culto, o que implica em novos aprendizados e uma
nova postura diante das pessoas e coisas. Por isso só participam de
determinadas cerimônias, aqueles devidamente qualificados.
É
necessário um espaço apropriado que deverá ser preparado para que, a
partir de então, passe a possuir a força que emana de todos os elementos
da natureza que tenham adoração no culto. Essa força é chamada de Axé,
palavra que possui várias interpretações, todas significando coisas
boas, força e poder.
A religião
afro-brasileira é a expressão e a procura constante da harmonia entre os
homens e entre os diversos domínios da natureza e da existência cósmica
e humana. Candomblé não é folclore, nem apenas religião ou ideologia,
nem tão pouco espiritismo. Trata-se de sociedade, de comunidades com
vida própria. Um terreiro de candomblé tem sua comunidade, seu pedaço de
terra, suas técnicas tradicionais de trabalho, seu sistema de
distribuição e de consumo de bens, sua organização social, bem como seu
mundo de representação e simbolismo.
Os cultos africanos nascem de um só homem, MOHAD MAD POSSOLINE, um árabe
que sai da Arábia Saudita com sua crenças baseadas nas árabes e
Egípcias, aporta nas Ilhas de Madagascar e joga seu primeiro
MERIDELOGUN, nascendo ai o Culto Lesse Ifá que, posteriormente, irá dar
origem ao culto Lesse Orixá.

Aqui no Brasil o culto chega através
dos primeiros escravos provindos da Serra Leoa, esses de origem Banto,
chegam na época da economia canavieira, época em que tiveram grandes
dificuldades de difundir sua cultura e crença devido ao grande
sacrifício que era exigido nas suas mão de obra.

O segundo grupo a
chegar foi os Nagos, esses chegaram na época da mineração, época que
não exigia tanto sacrifícios nas mão de obra. Esses eram aproveitados
nas casas grandes tendo tinham em seus afazeres ser acompanhantes,
cozinheiros, jardineiros etc já lhe sobravam tempo para discutir,
difundir e organizar suas culturas e crenças.

o terceiro e últimos fora os Ewe e Fon.


Até
aqui o candomblé ainda não existia, o candomblé nada mais é do que a
reunião de todos os cultos chegados ao Brasil de várias cidades e aqui
praticados em uma só casa.

Até a primeira metade do século XIX existiam duas vertentes para os negros:

A masculina representada pela Irmandade do Nosso Senhor da Boa Morte e

a feminina, representada pela Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte.

Já existia, nessa época, as casas que louvavam os deuses africanos, claro que sempre escondidas da religião oficial


Nenhum comentário:

Postar um comentário