sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

o jeje na áfrica

 
 
A história do desenvolvimento do império crescente do Dahomey é indispensável para compreendermos os
Voduns, precisamente a quebra e a migração do Ewe/Fon. Alguns estudiosos da cultura africana achavam que todos os Voduns cultuados em Dahomey eram deuses originários dos yorubanos. Um equívoco! Trata-se simplesmente de uma troca de atributos culturais de cada região. Em todas as regiões, os deuses africanos são louvados, sejam ancestrais ou vindos de outras regiões, mas preferencialmente cada região cultua seus próprios deuses, os ancestrais. Os deuses estrangeiros podem ser aceitos inteiramente nos santuários dos Voduns locais, embora permaneçam sempre como estrangeiros. O mesmo tratamento é dado em terras yorubanas aos Voduns originários de outras regiões. Dahomey, cuja capital era Abomey, foi o principal reino da história do atual Benin. Seu poderio militar formado por bravos guerreiros e amazonas era temido por todos os reinos vizinhos que foram sendo conquistados. O exército do rei era dividido em duas partes: o regimento permanente e o regimento das coletas tribais (prisioneiro). Esses prisioneiros eram treinados para serem guerreiros do rei e as mulheres, em especial, eram enviadas ao regimento das amazonas onde aprendiam a lutar. Os prisioneiros que se negavam a aderir as causas do rei eram sumariamente executados ou vendidos como escravos. Os chefes das tribos conquistadas ficavam reservados para serem executados durante o festival anual de ancestrais, em memória dos reis mortos. Suas cabeças eram decapitadas e seu sangue oferecido aos falecidos reis. Essa pratica aconteceu do séc. XVI até o séc. XVII. O reino de Dahomey foi o maior exportador de escravos para o nome mundo. Adja-Tado foi quem começou esse grande império de Dahomey. Primeiro conquistou a cidade de Adja onde se tornou rei, casou e teve 3 filhos.
Quando seus filhos já eram guerreiros, Adja-Tado foi a Allada junto com eles e estabeleceu o reino de Allada. Seus filhos se dividiram e estabeleceram reinos separados e tornaram-se reis. O primogênito Zozergbe foi rei de Porto Novo, o segundo filho foi sucessor de Adja-Tado no trono de Allada e o terceiro filho, Aklim fundou o que mais tarde seria o principal reino da região. Aklin foi para Ghana e Bahicon (agora Benin, sul-central), com seu exército, e estabeleceu uma outra dinastia, a cidade de Abomey, que foi a capital do império militar, conhecida como Dahomey. Dahomey foi governada por um total de treze reis divinizados, por quase dois séculos. Agassu, que era um dos líderes do império, dizia ser filho de um leopardo com a princesa de Tado, Aligbonon. Ela teria sido encantada por esse leopardo originando o nascimento de Agassou. Agassou teve três filhos e deu início a uma linhagem de homens leopardo. 
 
 
DEUSES DA RIQUEZA
Na cultura daometana, encontramos como Deuses da Riqueza, um casal de gêmeos que foram enviados a terra por Mavu e Lissa, para que ajudassem à humanidade.
Os gêmeos Da Zodji e Nyohwe Ananu foram os primeiros Voduns a nascerem e após chegarem a terra, deram origem a uma linhagem de Voduns ricos e guerreiros.
Cabem a esses Voduns guerreiros, ajudarem a todas as pessoas que recorrerem a Da Zodje e a Nyohwe Ananu, a chegarem até eles, isso é caso algum caminho ou energia do solicitante estiver atrapalhando o intercâmbio entre ele e os Deuses da Riqueza, esses Voduns mostram os ebós que deverão ser feitos para que ele alcance os Deuses gêmeos.
Quando chegaram a Terra, Da Zodji e Nyohwe Ananu habitaram o mar, onde acharam as maiores riquezas da Terra.
Nyohwe Ananu, muito feminina, encantou-se com as conchas e os caramujos que encontrou e ficava extasiada ao ouvir o som do mar dentro dos caramujos.
Seu irmão mandou que trouxessem todos os caramujos e conchas para o palácio deles para agradar Nyohwe Ananu.
De tanto Nyohwe insistir para que Da Zodji ouvisse o som dos caramujos esse atendeu seu apelo e também se encantou.
Daí por diante, os dois passavam todo o tempo ouvindo esse som e não mais prestavam atenção aos pedidos das pessoas. Incomodados com essas atitudes dos Deuses gêmeos, seus descendentes resolveram consultar um bakono.
O bakono consultou Fá e esse mandou que todos pegassem um caramujo para si e que quando quisessem falar com os Deuses da riqueza, falassem dentro do casco do caramujo, pois somente assim Da Zodji e Nyohwe Ananu os ouviriam.
Os descendentes obedeceram a Fá e passaram a falar com os Deuses dentro dos caramujos e, alguns deles, começaram a colecionar caramujos por acreditarem que quanto mais caramujos tivessem, mais poderiam conversar com eles.
Esse procedimento causou um pouco de confusão na vida dos Deuses da Riqueza, pois, quando as pessoas falavam com Da Zodji a irmã também ouvia e vice-versa.
Então, eles estabeleceram o seguinte:
“Que cada um tivesse em seu poder dois caramujos”.
“Um deveria ficar deitado e nesse, os pedidos à Nyohwe deveriam ser feitos e o outro caramujo deveria ficar em pé e nesse, os pedidos à Da Zodji deveriam ser feitos”.
Deram também a opção de usarem os caramujos de uma maneira só e se comunicarem apenas com um dos Deuses.

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